Agronegócio brasileiro dispara criação de empregos

Você quer trabalhar? Tem alguma afinidade com o mundo agro? Então talvez seja a sua chance de demonstrar sua habilidade. Confira como estão os empregos e as oportunidades na área

O setor agropecuário foi o que mais criou vagas de empregos no Brasil entre janeiro e fevereiro de 2022. Foram 212,2 mil contratações, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ligado ao Ministério da Economia. Atualmente, o agronegócio é responsável pelo emprego de aproximadamente 2 milhões de brasileiros. O analista chefe da consultoria Safras & Mercado, Fernando Iglesias, afirmou que a bovinocultura e a avicultura serão os destaques positivos do setor em 2022.

O especialista indica um “forte” processo de exportação da carne bovina, enquanto o frango ganhará ainda mais espaço na mesa dos brasileiros nos próximos meses. “A bovinocultura apresenta um cenário positivo, com um bom volume de exportação para o futuro. No entanto, a carne bovina não está com o mesmo respaldo no mercado doméstico, em função do alto custo do insumo”, diz Fernando Iglesias.

 

O clima é o grande aliado da alta de empregos no agronegócio neste ano

Além da alta demanda pelas proteínas, o clima também deve ser um aliado da agropecuária em 2022. Para o professor da FGV Diogo Lisbona, o Brasil registrou um bom volume hídrico ao longo dos próximos meses. “Sob a perspectiva energética, tudo indica que teremos um ano bem confortável, quando comparamos os problemas hídricos do ano passado. O volume de chuvas será maior em 2022”, explicou Lisbona.

Mesmo com todos os desafios enfrentados pelos produtores rurais, como a alta dos preços dos insumos e a quebra de safra devido às alterações climáticas, o agro teve a maior geração de empregos na agropecuária nos últimos 10 anos.

O setor vem mantendo um histórico de excelentes resultados na criação de novas vagas de trabalho. Em 2020, a agropecuária liderou a geração de novos postos de trabalho com 98.320 novas vagas e novos empregos, sendo um dos poucos setores a apresentar saldo positivo no acumulado do ano. Em 2021, foram criadas 140 mil vagas segundo o Caged.

Citricultura é a aposta deste ano no Brasil

De acordo com o último relatório do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, referente ao 3º trimestre de 2021, o total da a população ocupada (PO) no Brasil é de 92,98 milhões de pessoas, a população ocupada no agronegócio é de 18,90 milhões de pessoas, portanto 20,33% da PO no país.

Ainda de acordo com o relatório do Cepea, comparando o 3º trimestre de 2021 com o 3º trimestre de 2020, a PO no agronegócio cresceu 10,24%, demonstrando uma recuperação dos postos de trabalho prejudicados pela pandemia e seus desdobramentos, refletindo a conjuntura favorável ao agronegócio no período, com impacto potencial na geração de empregos.

Em termos geográficos, a região sudeste foi a que mais gerou novas vagas de trabalho no setor agropecuário, com 79 mil vagas, seguida do Nordeste (20,7 mil), Centro-Oeste (17,8 mil), Sul (8,8 mil) e Norte (8,1 mil vagas), respectivamente.

 

Homens ainda são a maioria, mas a empregabilidade da mulher tem aumentado

 

Além do saldo positivo, tem se observado uma mudança no perfil do trabalhador, homens ainda são maioria, mas os novos postos de trabalho têm sido ocupados em maior proporção por mulheres.

Paralelo à chegada das mulheres no campo, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), dobrou nos últimos nove anos o número de trabalhadores rurais com ensino superior incompleto ou mais, no terceiro trimestre de 2012 totalizavam 189,8 mil e no mesmo período de 2021, já somavam 389,8 mil.

Diferentemente de outras regiões do mundo, onde o agro está envelhecendo, no Brasil o agro está ficando mais jovem, no final de 2021 o total dos trabalhadores rurais abaixo de 29 anos é o mais alto desde 2015 atingindo 2,2 milhões.

Mercado de trabalho

Segundo cálculos da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), entre as atividades que mais se destacaram em 2021, o cultivo de soja ocupa a primeira posição, com um saldo positivo de 22,2 mil novas vagas, seguido de perto pela criação de bovinos para corte, com a criação de 21,6 mil vagas. O terceiro maior saldo positivo vem do cultivo de cana-de-açúcar, com 8,9 mil novas vagas.

O mercado de trabalho está intrinsecamente ligado ao sucesso econômico da atividade, em 2021 a economia do agronegócio respondeu por 26,6% do total do PIB brasileiro e neste ano a previsão é de que atinja 30% do PIB. O setor bateu um recorde histórico nas exportações, que alcançaram US$ 120,6 bilhões em 2021, alta de 19,7% em comparação com 2020.

Alguns fatores explicam o aumento da mão de obra no agro, primeiro o setor foi considerado essencial e não parou durante toda a pandemia, diferente de serviço e comércio, que tiveram suas atividades restritas, segundo foi o aumento no valor das commodities, que apesar da quebra de safra, incentivou a contratação de trabalhadores no campo.

 

A produção de diferentes culturas está em alta no agro o que aumenta os empregos

A atual estimativa para a produção de grãos no país da Companhia Nacional de Abastecimento projeta uma colheita de 270,2 milhões de toneladas para a safra 2021/22, volume que representa um aumento de 0,3% sobre o ciclo anterior.

O acréscimo é justificado pelo aumento na área de soja e do melhor desenvolvimento no final do ciclo das lavouras, sobretudo de arroz, milho e da oleaginosa. Já em relação ao ciclo passado, que chegou a 255,5 milhões de toneladas, a elevação atingiu 14,65 milhões de toneladas, ou seja, 5,7%.

“A atual safra não irá atingir a produtividade potencial, mas ainda tende a ser uma boa produção principalmente pelas lavouras implantadas mais cedo. No entanto, ainda precisamos ter atenção com o desenvolvimento da cultura.

A maior parte do milho semeado se encontra em estágios de desenvolvimento em que o clima é preponderante. Para Mato Grosso e Goiás, há uma tendência de déficit hídrico. Já em Mato Grosso do Sul e no Paraná, a maior preocupação é com o risco de geadas”, pondera o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.

Outra importante cultura de segunda safra, as lavouras de algodão têm apresentado clima favorável para o desenvolvimento da fibra que, aliada ao ganho de área, resulta numa produção de 2,82 milhões de toneladas de pluma. Se confirmado, o volume estimado será o segundo maior já registrado na série histórica, sendo 19,5% superior à safra passada e menos apenas que o registrado no ciclo 2019/20.

Reciclagem e compostagem de lixo orgânico gera sustentabilidade

Para o feijão, a expectativa de uma boa segunda safra da leguminosa vem se confirmando. O clima mais favorável contribui para um maior rendimento dos grãos, na maioria das regiões produtoras, o que traz uma expectativa de colheita em 1,4 milhão de toneladas, um incremento de 23,3% em relação ao mesmo período da safra 2020/21.

Entre as culturas da primeira safra, a soja já apresenta cerca de 95% da área colhida. A estimativa de produção da oleaginosa está em 123,8 milhões de toneladas, redução de 10,4% em relação à safra anterior. No caso do arroz, a colheita atinge 91% da área. A expectativa da Conab é que o Brasil produza 10,7 milhões de toneladas, queda de 9,1% em relação ao volume produzido na safra passada.

A redução registrada para estes grãos neste ciclo é explicada pela estiagem registrada nos estados do Sul do país e em parte do Mato Grosso do Sul entre o fim de 2021 e início deste ano.

Dentre as culturas de inverno, o panorama de mercado de trigo estimula os produtores. A expectativa de área plantada do grão no país teve uma elevação de 3% neste levantamento. Destaque para o Rio Grande do Sul, onde a intenção de plantio mostra uma elevação de 9,7%, saindo de 1,16 milhão de hectares para 1,27 milhão de hectares.

 

Links pesquisados 

www.cnnbrasil.com.br

www.forbes.com.br

www.g1.globo.com

www.fdr.com.br

www.revistaoeste.com

www.gov.br

 

 

 

 

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