A criptomoeda invadiu as transações no agronegócio

A criptomoeda invadiu as transações no agronegócio

Quem vive neste século, não importa em qual ano, certamente irá ouvir sobre novas formas de negociação. A mais recente, que causa uma certa desconfiança ainda, em quem nunca a utilizou, é a chamada criptomoeda, uma moeda digital, que envolve novas tecnologias, neste caso a blockchain, que permite às transações sem grandes riscos. No mercado global desde 2009, só agora, o Brasil consegue lançar a sua primeira criptomoeda no cenário do agronegócio.

Esta nova modalidade de moeda digital já é aceita em todo o mundo para efetuar pagamentos em geral. E assim como o dinheiro em espécie, essas criptomoedas podem ser utilizadas para realizar transferências financeiras e transações comerciais. Portanto, o que difere é a forma com que essas transações são feitas, ou seja, virtualmente, algo bem comum no agronegócio. Aliás, foi a rápida popularização das criptomoedas em diversos setores, que fez o mercado do agro correr para fazer a sua própria. O resultado é que os criptoativos agrícolas são uma representação digital de valores transacionados, que rapidamente se tornou uma realidade mundial. 

Um estudo realizado pelo economista e advogado Julio César Stella, analista do Banco Central do Brasil, mostra que existem centenas de criptomoedas no mercado mundial. Mas segundo dados divulgados pela Cointelegraph Brasil, o país por agora só utiliza cerca de 15 tokens, em diferentes blockchains, para negociações que envolvem o mercado do agro, como um todo. Afinal, hoje, desde a empresa produtora de suco, ao produtor de algodão, já está reconhecendo a necessidade de aderir a este movimento. Por isso, a empresa destaca três projetos que estão em alta, em relação a criptomoedas operadas no agronegócio nacional. 

Criptomoeda no agronegócio nacional

Uma delas é o da Coffee Coin, que surgiu depois que agricultores brasileiros fizeram parceria com a Microsoft para lançar a criptomoeda lastreada em café. Como cada coffee coin, é uma moeda estável, que equivale a um quilo de café verde no padrão commodities, a cooperativa dispôs de mil sacas de 60 kg para garantir o lastro da moeda. O valor é atualizado diariamente com os de mercado. Isso significa que o preço de cada criptomoeda reflete o valor real comercial do café durante o processo de aquisição.

A outra cripto que integrou o projeto inicial da empresa Agrotoken foi o token da soja, o Soya, também conhecido como criptosoja.  A empresa usa uma plataforma que permite aos produtores contabilizar a produção em criptomoedas e conta com uma tonelada de soja real, armazenada para garantir a circulação de seu token. Ela é validada através de uma ProGR (Prova de Reserva de grãos por sua sigla em Inglês). 

E de acordo com reportagem  na Revista Exame, só nos primeiros dois meses, após lançada a moeda, foram comercializados 25 milhões, na plataforma. Só a Covantis, que utiliza blockchain para controlar a cadeia de fornecimento de soja no Brasil, responde por cerca de 40% do total exportado pelo país. E segundo Sorin Albeanu, executivo comercial da Covantis, foi um desafio e tanto investir nesta forma de negócio disruptivo, num mercado que é famoso por não mudar sua forma de atuação. 

O programa AgroVantagens faz o papel de incentivo ao uso da criptomoeda, uma vez que funciona como pontos ou milhas de programas de fidelidade. E é parte das novidades no campo das moedas digitais. É um programa de fidelidade lançado recentemente sob o título de AgroBônus, em versão beta, em parceria com a Associação dos Investidores em Criptoativos (ASSIC).

A moeda digital serve para comprar produtos e serviços ou transferências ponto-a-ponto, exclusivamente, entre os betas testes da plataforma oficial da AgroVantagens.

Mercado espera negociar milhões no próximo ano

De acordo com reportagem na Exame, o agronegócio alcançou participação de 26,6%, no PIB do Brasil, e espera alcançar uma fatia deste mercado, que implica em quase 1 trilhão de reais. É aí, que a AgroVantagens concentra seus esforços. De acordo com o CEO, Jean Carbonera, o objetivo da plataforma é reunir produtores, atacadistas, varejistas, entidades e consumidores finais ligados ao setor, que farão negócios utilizando reais e AgroBonus — a criptomoeda nativa do sistema.

O otimismo do mercado de criptomoedas é visto com reservas, mas já são diversas as iniciativas do Banco Central para tornar as ações mais frequentes e aceitas por este modelo de pagamento. Segundo o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, a regulação das criptomoedas está no radar da autoridade monetária. O primeiro passo será encaixá-las na categoria de investimentos, para em seguida transformá-las em meios de pagamento. 

“Nós entendemos que o mundo de criptomoedas hoje no Brasil cresceu muito como veículo de investimento, inclusive impactando até os números de importação. Mas lembrando que moeda tem função de meio de pagamento, mas tem crescido bem menos nesse aspecto. A consequência disso pro BC é que vamos primeiro regular como investimento e depois como forma de pagamento”, disse o presidente à imprensa.

Crédito Rural facilita a vida no campo

Recém lançada, a primeira criptomoeda do país ligada ao agronegócio, foi a Cutecoin. A iniciativa foi da startup brasileira Culte. As criptomoedas estão cada vez mais introduzidas nas negociações realizadas pelos produtores. O Bitcoin, a criptomoeda de maior valor de mercado, tem sido um meio de ganho utilizado especialmente em negócios com o exterior. 

Produtores, importadores e exportadores estão utilizando Bitcoin procurando facilitar suas transações e diminuir seus custos operacionais. Boa parte dos exportadores, principalmente da China, preferem ser pagos em criptomoedas ao invés de receberem a prazo. 

Para adquirir dinheiro em bitcoin é preciso criar uma carteira virtual, onde será possível operar a moeda virtual em uma troca de um serviço ou produto ou ainda comprar a criptomoeda com a moeda local. 

O mercado vive momento de euforia, mas é preciso cautela, com altas expressivas no Bitcoin registradas neste ano, que chegaram a uma valorização de 1000%. 

Criptomoeda Agro Bônus 

Ao contrário das moedas convencionais, que são emitidas por instituições financeiras como o Banco Central, as moedas digitais são produzidas através de criptografia. A primeira a ser criada, e mais conhecida delas, é o Bitcoin, mas diversos outros nomes estão surgindo, como é o caso do AgroBonus (AGB), a primeira moeda digital do agro brasileiro.

A AgroVantagens, instituição responsável pela moeda digital, visa fomentar o setor ao substituir o dinheiro real e evitar burocracias bancárias para pequenos e médios produtores rurais. A moeda começou a circular através de clientes da Associação dos Investidores em Criptoativos. 

Os usuários ganham percentuais de cashback, além de pagar com a moeda usando seu crédito, de acordo com a cotação mensal vinculada ao PIB do Agronegócio. O meio de pagamento pode ser usado para fornecimento de insumos aos produtores rurais. 

O objetivo é facilitar o acesso de agricultores ao crédito rural. Uma vez que a disparidade entre o crescimento PIB do setor e a desvalorização do real, limita o poder de compra do produtor rural. Uma das finalidades é reduzir o câmbio que encarece a importação de insumos. 

Em futuro próximo, a moeda digital deve ser listada em plataformas de negociação digital de ativos, as chamadas exchanges.

Com esse token inédito, objetiva-se o crescimento do setor e o aperfeiçoamento ambiental da produção de alimentos no país e no mundo, gerando receita para financiar tecnologias que promovem sustentabilidade e produtividade para o agronegócio. 

A criptomoeda tem parceria com 200 empresas que a aceitarão como pagamento e ainda oferecerão a moeda digital como “cashback”. Sendo assim, a projeção é que a AgroBônus deve movimentar US$ 1 bilhão em cinco anos.

Blockchain 

Dentre os vários negócios que a tecnologia Blockchain pode beneficiar, o agronegócio é um setor da economia com fortes chances de ser impactado. O agronegócio tem grande relevância na formação do Produto Interno Bruto brasileiro e o Brasil é um dos maiores players do mercado agrícola mundial. 

As transações a partir de criptomoedas no setor agrícola interessam a produtores, consumidores, governos e países fornecedores ou consumidores. 

A tecnologia Blockchain é conhecida como sendo a base do sistema de bitcoins.  Bitcoin é, basicamente, um arquivo digital online que atua como uma moeda digital. Cada transação fica registrada em banco de dados como se fosse um livro razão de registros digitais com criptografia. 

Blockchain é composto de blocos de códigos complexos de letras e números gerados na rede que carregam informações que são conexas (como se fossem blocos de informações numa corrente), o que dificulta a manipulação dos dados.  

Origem da criptomoeda 

A primeira criptomoeda descentralizada, o Bitcoin, foi criada em 2009 por Satoshi Nakamoto. Foi usada a SHA-256, uma função hash criptográfica, como esquema de prova de trabalho. Em abril de 2011, o Namecoin foi criado como uma tentativa de formar um DNS descentralizado, o que tornaria a censura na internet algo muito difícil. Lançada em 2011 pelo cientista da computação Charlie Lee, o Litecoin é uma das maiores criptomoedas do mundo. Ela foi a primeira criptomoeda bem-sucedida a usar scrypt como função de hash ao invés de SHA-256. No meio digital é considerada a prata, enquanto o Bitcoin seria o ouro.  

Outra criptomoeda, Peercoin, foi a primeira a usar um híbrido de prova de trabalho e prova de participação. Em março de 2014, surge a primeira criptomoeda com origem portuguesa, o CryptoEscudo. 

A partir de 2014, uma 2.ª geração de criptomoedas surgiu, como Monero, Ethereum e Nxt. Essas criptomoedas possuem funcionalidades avançadas como endereços escondidos e contratos inteligentes.

Em 2014, foi criada uma criptomoeda chamada RaiBlocks, resolvendo problemas conhecidos do Bitcoin, tais como as taxas, demora nas transações e o alto consumo de energia. Ao contrário do Bitcoin, RaiBlocks é instantânea e não há taxas para efetuar transações. Em 2018, a moeda foi renomeada para Nano.

O que é Bitcoin?

O Bitcoin é uma forma de dinheiro eletrônico peer-to-peer (ponto a ponto) que pode ser transferida sem o intermédio de instituições financeiras. Isso permite que duas pessoas de países diferentes consigam enviar remessas uma para outra sem precisar de um banco. A operação gera menos custo que transferir moedas fiduciárias. 

As transações são confirmadas na blockchain, um banco de dados volumoso que registra as operações. Essa tecnologia nasceu junto com o Bitcoin, e funciona como que os próprios usuários sejam os auditores da rede.

O BTC é digital, descentralizado e não é controlado por governos, empresas ou pessoas. Portanto, nenhuma Casa da Moeda precisa imprimi-lo e nenhum Banco Central tem o poder de controlar o seu preço. Seu valor depende principalmente da lei de oferta e da procura.

Links pesquisados:

www.digitalagro.com.br

www.canalrural.com.br

www.cointelegraph.com.br

www.economia.uol.com.br

www.plataformafasttrade.com.br

www.agrolink.com.br

www.venturus.org.br

www.wikipedia.org

www.infomoney.com.br

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