inseminação artificial

Inseminação de bovinos

Inseminação artificial em bovinos é um negócio lucrativo, com representatividade em 77,6% dos municípios brasileiros

Você que só conhece o cruzamento natural entre a vaca e o touro como únicos responsáveis pela reprodução de gados, com alto nível e melhor qualidade genética precisa saber que essa já não é a única forma de acontecer.  Isso, na verdade, já vem sendo obtido por intermédio da inseminação artificial, faz alguns anos, no Brasil e no mundo. Os animais passam pelo processo de biotécnica reprodutiva, com o intuito de obter o melhoramento genético do gado. E neste caso, pode ser aplicado nas chamadas vacas vazias, para a redução do tempo em que elas amamentam o bezerro, e voltariam a ficar prenhe. Daí amplia o número de vezes que ela passa a ter novo bezerro, quando comparado pelo método natural.
Graças às suas vantagens, a técnica já vem sendo utilizada por muitos produtores para obtenção de eficiência reprodutiva. Devido às vantagens tanto para criação de gado de corte quanto de leite, o segmento está em alta no Brasil.
A Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) divulgou o Index ASBIA referente ao 3º trimestre de 2021, que trouxe dados sobre o mercado de sêmen. O relatório apontou que 77,6% dos municípios brasileiros (4.321) utilizam Inseminação Artificial (IA) atualmente, representando um crescimento de 4,2% em relação aos nove primeiros meses de 2020. Já são 3.822 municípios, que se valem da Inteligência Artificial neste segmento. E 3.747 no que diz respeito ao gado de leite.

A arte da ordenha

De acordo com os dados da Asbia, entre janeiro a setembro deste ano foram coletadas 16.713.741 doses de sêmen, o que representa crescimento de 70% em relação ao mesmo período de 2020.
As vendas alcançaram um total de 18.537.403 doses vendidas que, comparadas às 15.233.306 dos primeiros nove meses de 2020, indicam um crescimento de 22% na comparação.
As exportações brasileiras de sêmen somaram 637,447 mil doses entre janeiro e setembro, deste ano, o que corresponde ao avanço de 84%, frente ao mesmo período do ano passado.
A Asbia também registrou aumento de 24% nas importações. Entre janeiro a setembro de 2021, 9.657.242 doses entraram no mercado nacional.

Inseminação artificial em bovinos é uma técnica antiga

De todas as biotécnicas aplicadas para a reprodução animal, a inseminação artificial em bovinos é a mais antiga e, também, a que mais gera bons resultados. Ela consiste, basicamente, na introdução mecânica (isto é, não natural) do sêmen no trato genital da fêmea. O seu uso é essencial para o melhoramento genético e para o aumento da produtividade dos rebanhos.
Em princípio, o método foi utilizado para erradicar doenças infecciosas normalmente transmitidas pelo touro na hora da monta natural. Ao longo do tempo foi sendo aprimorado e tornou-se a melhor ferramenta para garantir um grande número de descendentes de um reprodutor com alto valor genético.
Em 2021, a Asbia deu continuidade ao seu trabalho constante de fortalecer a relação com o Governo Federal. A expectativa é que em 2022 a associação continue atuando junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para viabilizar estratégias que impulsionem o melhoramento genético e agropecuária. Entre elas, agilizar os processos de registro de touros e importação de genética.

Melhoramento genético

O melhoramento genético é uma estratégia extremamente valiosa para o produtor, já que a genética é o único insumo permanente que ele pode trazer para dentro da fazenda. Nesse sentido, a inseminação artificial é o melhor veículo para realizar essa estratégia.
As avaliações dos melhoradores são fundamentais para trazer o equilíbrio de resultados e características que o produtor procura, antecipando como será o bezerro antes da inseminação.
É possível vender uma arroba em um preço hoje, mas também pode agregar 20% ou 30% em cima dessa arroba só por conta de características da carne, como marmoreio, EGS [Espessura de Gordura Subcutânea], área de olho de lombo, que vão dar um rendimento maior do animal no frigorífico.
O melhoramento genético de rebanhos a partir da inseminação artificial permite corrigir características que estão em falta no rebanho. A máxima da genética bovina é produzir indivíduos melhores que as mães que os concebeu. É também a ferramenta para produzir mais quantidade de carne por hectare e de melhor qualidade, agregando valor para essa arroba e ganhando mercados mais exigentes.
O impacto social da inseminação artificial também foi destaque em 2021 e continuará sendo nos próximos anos. É importante pensar na inseminação artificial como uma tecnologia que democratiza o acesso ao melhoramento genético. Tanto o grande quanto o pequeno produtor têm a possibilidade de incluir a sua utilização na fazenda, gerando ganhos para toda a cadeia produtiva do leite e da carne.
Além disso, existe a componente da sustentabilidade, já que a genética permite obter um aumento expressivo de produção, em um período de tempo mais curto e sem necessidade de aumentar o espaço ocupado pelo rebanho. Ou seja, é um processo que torna a pecuária mais eficiente e, por isso, sustentável e responsável.

Como é feita a inseminação artificial em bovinos

A inseminação artificial em bovinos, ou IA, é uma técnica que consiste em depositar o sêmen puro ou diluído no útero da fêmea em condições que permitam que o espermatozoide encontre o óvulo e, assim, ocorra a fecundação. Com isso, a IA pretende aproveitar ao máximo os ciclos da matriz, fazendo com que as crias tenham maior potencial produtivo. Isso acontece, pois, a ideia dessa biotécnica é utilizar o sêmen de touros reprodutores com alto padrão genético.
A IA é composta por uma série de processos que se iniciam com a escolha do reprodutor e em seguida a colheita de seu material reprodutivo. Para inseminar a fêmea com alto grau de confiabilidade é preciso observar o exato momento em que ela entra no cio. Para sua identificação é recomendável submeter as fêmeas bovinas à monta e selecionar as que aceitarem. Após esse reconhecimento, o ideal é iniciar os procedimentos de inseminação com o mesmo intervalo após o cio.
Além disso, alguns cuidados básicos precisam ser tomados, como a higiene dos animais. Afinal, manuseio dos botijões de acondicionamento, descongelamento correto do sêmen, limpeza do local da inseminação, bem como a esterilização dos aparelhos utilizados na técnica são essenciais para obter os melhores resultados.

Veterinários fazendo inseminação artificial
Veterinários fazendo inseminação artificial

Dificuldades da inseminação artificial em bovinos

Uma das grandes dificuldades da inseminação artificial é a observação do momento exato em que as fêmeas bovinas entram no ciclo estral (cio). O problema é que isso é essencial para o sucesso da IA.
Por isso, a inseminação artificial em tempo fixo (IATF) está sendo muito usada. Trata-se de uma biotécnica reprodutiva desenvolvida para inseminar um grande número de animais sem a necessidade de observação do ciclo estral, o que contorna a principal falha da inseminação artificial.
Para isso, essa técnica se baseia na sincronização dos períodos férteis das fêmeas bovinas por meio de fármacos, para inseminar o maior número em horários agendados com uma boa taxa de concepção.
A sincronização dos cios nas fêmeas representa uma diminuição do período ocioso da vaca na fazenda. Dessa forma, ela pode chegar a produzir um bezerro por ano, permanecendo seca o mínimo possível entre as lactações.
Para que aconteça a sincronia dos cios são utilizados hormônios e fármacos que não prejudicam a saúde do rebanho. Porque, são substâncias semelhantes ou iguais às que participam do processo fisiológico do aparelho reprodutivo.

Nutrimais desenvolve pesquisa em parceria com Universidade

Uma experiência que tem tudo para se tornar referência no Brasil, e no mundo, tem sido realizada pela Nutrimais Saúde Animal, que avalia o produto + Leite, desde o início deste ano, em parceria com a Unijui (Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul). De acordo com a professora Denize Rosa de Fraga, doutora em Bovinocultura de Leite, o estudo é desenvolvido por meio de uma pesquisa de mestrado, cuja etapa de campo já foi concluída.
A execução do projeto está sob responsabilidade da educadora, que trabalha ao lado do professor Felipe Libardoni, orientador da mestranda em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade da Unijuí, Franciele Zborovski. Um dos dados apresentados mostra que o produto + Leite é eficaz no controle da Contagem de Células Somáticas (CCS) das vacas, havendo significativa redução. Foi possível perceber, ainda, um aumento da produção de leite, sem que houvesse qualquer alteração na composição, ou seja, qualquer problema de acidose. Em relação ao perfil de ácidos graxos do leite, que tem relação com a saúde humana, o produto melhorou a nutrição dos animais e, consequentemente, produziu um leite com melhor qualidade para o consumidor final.
“Daqui para frente, realizaremos a sistematização dos dados para publicação dos resultados em revista científica de impacto internacional”, reforçou a professora Denize.
Esse processo de seleção e de melhoramento pode ser usado para diversos objetivos. Ou seja, por meio dessa técnica, o criador incorpora os genes desejáveis na próxima geração do rebanho ao mesmo tempo em que reduz a chance de que genes indesejáveis sejam passados adiante, uma vez que isso poderia resultar em prejuízos para o produtor. Algumas das vantagens, que vai se aprimorar:

  • A produção e a qualidade do leite;
  • O crescimento dos animais;
  • A resistência a doenças e parasitas;
  • A qualidade da carne;
  • As características de reprodução;
  • A eficiência alimentar;
  • A longevidade das vacas, entre outros pontos.

Técnica começou no Brasil, na década de 30

No Brasil, o primeiro registro a respeito da IA em bovinos é de 1935, quando houve o início da aplicação da técnica no estado de São Paulo. Três anos depois, o governo de São Paulo, em parceria com a Estação Experimental de Pindamonhangaba, criou um local para pesquisas com foco no estudo e no desenvolvimento da IA.
Na década de 1940, a IA começou a ser praticada em diversos estados brasileiros: Pernambuco, Sergipe, Ceará, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Em 1942, houve o primeiro experimento de transporte a longa distância de sêmen bovino no Brasil, transportando-o de avião. A partir disso, o transporte de sêmen passou a acontecer por avião e trem na região Nordeste.
Dois anos depois, aconteceu o primeiro curso de capacitação prática para inseminadores, no Rio Grande do Sul, e no ano seguinte, no Rio de Janeiro, criou-se um documento que regulamenta a aplicação da IA no Brasil. Esse avanço aconteceu antes mesmo da regulamentação da profissão do médico veterinário, feita em 1968.
Na década de 1950, começou o intercâmbio científico entre brasileiros e estudiosos estrangeiros a respeito da IA e do congelamento do sêmen bovino. Em 1954, houve um grande experimento com sêmen congelado: de 24 vacas inseminadas, obteve-se taxa de prenhes de 54,2% já na primeira tentativa. No ano de 1952, já existiam mais de 20 locais em que a IA era praticada no Brasil.
Já em 1953, aconteceu a inauguração do primeiro banco de sêmen congelado da América do Sul: no Rio de Janeiro, o sêmen era armazenado em ampolas de vidro de 1,2 ml lacradas a fogo, que ficavam em gavetas metálicas com álcool. Os recipientes ficavam a -79º C, com a ajuda de blocos de gelo que ficavam na parte de cima dos recipientes.

Links pesquisados

www.sba1.co
www.digitalagro.com.br
www.shopveterinario.com.br
www.nutricaoesaudeanimal.com.br
www.fertilizevet.com.br
www.unijui.edu.br

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