Irrigação, desde os egípcios até os dias atuais método, é crucial para o desenvolvimento de lavouras
Desenvolvida desde a Antiguidade, a irrigação tem garantido o sucesso das lavouras mundo afora. Método de irrigação é a forma pela qual a água pode ser aplicada às culturas. Basicamente, são quatro os métodos de irrigação:
- Superfície;
- Aspersão;
- Localizada;
- Subirrigação.
Geralmente para cada método, há dois ou mais sistemas de irrigação, que podem ser utilizados.
A razão pela qual há muitos tipos de sistemas de irrigação é a grande variação de solo, clima, culturas, disponibilidade de energia e condições socioeconômicas para as quais o sistema de irrigação deve ser adaptado.
Um bom sistema de irrigação é observado quando não molha apenas a superfície, mas também a região que fica ao redor da planta, de modo que a água seja absorvida pelas raízes. Permitindo que a planta inteira seja hidratada e receba os nutrientes necessários.
Independentemente do sistema escolhido, é necessário buscar autorizações dos órgãos públicos para irrigar. De acordo com a Embrapa Milho e Sorgo, cada estado apresenta uma legislação ambiental diferente sobre outorgas de água, por isso é difícil listar o que cada região vai exigir. O recomendável é contratar uma empresa especializada, com experiência local, para a obtenção das licenças.
No Brasil, a energia elétrica é a fonte mais utilizada pela tecnologia, mas há também a opção dos motores a diesel. No custo de operação, os motores a diesel têm valor duas vezes mais caro do que a energia elétrica.
Embora a irrigação sustentada por motor a diesel seja de custo mais elevado, a falta de infraestrutura em algumas regiões obriga o produtor rural a optar por esse método.
Em média, o investimento pode variar entre R$8 mil e R$16 mil por hectare, sendo que o valor vai depender da distância entre a lavoura e o ponto de água, a condição climática e a topografia da região, especialmente se optar por método de gotejamento.
Aviação Agrícola: tudo o que você precisa saber
O sistema de aspersão convencional é considerado o sistema básico de irrigação por aspersão. Utiliza tubos em toda a área com a troca de aspersores de forma manual. Ou seja, após a primeira regra, o produtor deve entrar na área molhada, retirar o aspersor e colocá-lo na próxima área a ser irrigada.
Um sistema de aspersão mecanizado tem por principais objetivos realizar a irrigação em grandes áreas (nas quais se tornaria inviável técnica e economicamente a utilização de sistemas convencionais), elevar a eficiência de aplicação de água e diminuir os custos com mão-de-obra.
Antes de instalar um método de irrigação, é interessante considerar para quais culturas ele será montado. Outro fator importante é estruturar um sistema de irrigação que possa atender a todas as culturas plantadas naquela área, levando em conta a lógica de rotação.
A topografia da área a ser irrigada é um fator muito importante. Dependendo do relevo e da inclinação, o custo de implementação pode tornar o investimento inviável. Áreas de relevo se adequam a qualquer sistema, enquanto que declives exigem maior atenção.
A quantidade de chuva, velocidade e frequência dos ventos é o princípio que vai decidir o foco da sua irrigação. Se vai ser um sistema de complementação ou um sistema necessário.
Cultivos em áreas com ausência de chuva, principalmente durante o período de crescimento, requerem um sistema de irrigação.
Já em regiões com altos índices pluviais, pode se ter um sistema de irrigação apenas complementar, e em alguns casos nem se faz necessário.
A vazão e o volume total de água disponível são os principais pontos a serem observados. É preciso mensurar a quantidade de água necessária para a cultura durante um ciclo completo.
Irrigação superficial
Esse tipo de irrigação é bastante utilizado no sul do Brasil e na produção de arroz. Nela a água é conduzida para o ponto e infiltração diretamente pela superfície do solo. Os sistemas de irrigação mais comuns para esse tipo são as irrigações por inundações e as irrigações por sulcos.
Muito utilizada na cultura de cereais, nesses canais de irrigação a água circula por gravidade com a parte central mais elevada para as plantas. A água desce pela parte superior de um canal mestre que abastece todos os outros.
Os sistemas de irrigação por superfície recebem, também, o nome de sistemas de irrigação por gravidade, uma vez que a água é aplicada diretamente sobre a superfície do solo e, pelo efeito da gravidade, se movimenta e nela se infiltra.
Irrigação localizada
A água é aplicada na área ocupada pelas raízes das plantas, formando um círculo molhado ou faixa úmida. Essa técnica é muito utilizada nos dias atuais, na produção de plantações frutíferas. Os dois sistemas básicos são a micro aspersão e o gotejamento.
Irrigação por gotejamento é um método de irrigação controlado e específico que tem como característica a economia de recursos hídricos.
Esse fator se deve principalmente pela proximidade da fonte de água com a raiz da planta, evitando o desperdício através da evaporação e aumentando o aproveitamento geral da água e nutrientes.
Irrigação por aspersão
Simula uma chuva artificial onde um aspersor expele água para o ar, que por resistência aerodinâmica se transformam em pequenas gotículas de água que caem sobre o solo e plantas. Seus principais sistemas são o convencional, o pivô-central e o auto propelido.
Pivô central
Tecnologia popular nas lavouras de grãos irrigados. Uma das vantagens desse sistema é o fato de ser modular, o que facilita a adaptação em diferentes fazendas.
Método caseiro alternativo de irrigação
Se pretende fazer uma horta ou cultivar frutos em casa, você pode criar um sistema simples de irrigação doméstica com o uso de garrafas PET descartáveis. Basta furar uma garrafa limpa com um prego aquecido em furos bem pequenos.
Quando for preparar o canteiro para cultivo, enterrar no canteiro ao lado de uma muda que se deseja irrigar ou várias a intervalos regulares entre plantas. Deixe de fora uma parte do gargalo.
Para irrigação, aplicar a mangueira de jardim no gargalo e encher a garrafa. É conveniente manter a tampa evitando a entrada de folhas, terra e insetos.
Para adubar a muda, dissolver à parte uma colher de sopa de adubo granulado formulação NPK 10-10-10 para folhas e 4-14-8 para frutos. Por fim, colocar na garrafa e encher com água.
Conheça os 4 sistemas de irrigação mais antigos do mundo
A Mesopotâmia e o Egito antigos foram as primeiras culturas que desenvolveram métodos de irrigação. Um dos métodos eram os canais, mas quando não funcionavam, os egípcios precisavam inventar ferramentas para bombear água do Nilo e de outras fontes.
Canais
Os egípcios antigos desenvolveram um sistema de canais. Os canais usavam a água do Nilo quando o rio estava na época da cheia e inundava algumas terras. Criaram também pequenas bacias, cercadas por diques, para armazenar a água excedente.
Contudo, os egípcios tinham dois problemas: quando o Nilo estava na cheia, destruía os diques, inundando vilarejos e matando muitas pessoas; e quando o Nilo estava na seca, não havia água suficiente para irrigar os campos e eles perdiam as lavouras. Então, os egípcios inventaram métodos para bombear água para irrigar a terra.
O Shaduf
Desenvolvido no período Amarna dos faraós Akhenaton e Tutancâmon, e era uma simples ferramenta operada por dois a quatro homens. Era um longo mastro suspenso com um balde suspenso na ponta. O shaduf potencialmente bombeava cerca de 100 m³ (100 mil litros) a cada 12 horas, o que era suficiente para irrigar cerca de um terço de um acre.
Nora
Durante o período do faraó Ptolomeu, os egípcios desenvolveram um moinho de água, chamado nora. Aconteceu em 325 a.C. O enorme moinho tinha jarros de cerâmica fixados em torno de sua circunferência. À medida que o moinho girava na água, os frascos levantavam quatro a seis metros cúbicos de água. Em um período de 12 horas, o moinho erguia 285 m 3 (285 mil litros), o que era muito mais eficiente do que o shaduf. O moinho foi desenvolvido pelos romanos quando eles invadiram o Egito e servia como fonte de alimento para todo o império.
Tanbour
O tanbour consistia em um feixe oco e redondo de madeira que encaixava em outro pedaço de madeira, esculpida como um parafuso. Homens giravam uma manivela existente no sistema que designava a irrigação. O tanbour é mais conhecido como o parafuso de Arquimedes. O matemático grego inventou essa ferramenta de bombeamento de água durante a sua estada em Alexandria, uma das mais importantes cidades do Egito antigo, que ficava no mar Mediterrâneo.
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