mulas têm mega importância criação de muares cresce no brasil

Mulas têm mega importância no Brasil

Criação de muares (burros e mulas) cresce no mercado brasileiro; animal de elite chega a custar R$ 500 mil

As mulas e os burros são filhotes dos jumentos com as éguas. Animais híbridos e estéreis que ganham mercado, atenção de criadores e, principalmente, valor, que pode ser aferido nos leilões de muares. O mercado cresce significativamente no país.

O Brasil tem hoje mais de 34,1 mil jumentos pêga e muares registrados na Associação Brasileira dos Criadores da raça (ABCJPÊGA).

O jumento Pêga é uma raça de asininos brasileira, e foi desenvolvida e aperfeiçoada a partir de animais de raça, eles são formados de híbridos (muares). O interesse cada vez maior do mercado por esses animais tem levado criadores a investir na tecnologia para aumentar as opções de uso das mulas.

A raça, que surgiu no sul de Minas Gerais, por volta de 1800, se transformou em um animal desejado, que pode custar em torno de R$ 6 mil, se for para trabalho, ou até R$ 500 mil, se for para seleção de animais melhoradores.

Para uso recreativo, é possível encontrar animais que variam de R$ 1 mil a R$ 12 mil. Ou ainda mais, dependendo de seu cruzamento. No site do Buscar Rural, não faltam diferentes ofertas para os interessados em ter a sua própria mula.

Mula de elite no campo

Cavalos: criação movimenta o agronegócio

Os muares foram a forma mais eficiente para transportar riquezas como ouro, açúcar e café no período colonial. Também foram úteis para levar alimentos e várias outras mercadorias. Houve um tempo em que eles carregavam o desenvolvimento do Brasil no lombo.

Hoje o melhoramento genético dos jumentos beneficia também os muares, que são frutos do cruzamento dos asininos com os equinos. No cruzamento com os cavalos manga-larga marchador, paulista e campolina, nascem mulas e burros bons de sela e com muita imponência.

No interior do Brasil, cresce a procura por muares “de elite”, uma nova categoria de mula distante do estereótipo do animal pequeno e desinteressante. Resultado de experiências genéticas que lhes conferiram mais altura e novas habilidades, esses animais tiveram uma valorização para a raça.

Minas Gerais é o Estado com o maior número de criadores de jumentos pêga e muares. Dos 34,1 mil animais registrados na Associação Nacional cerca de 40% estão em terras mineiras. São criadores que valorizam a tradição e também investem na inovação.

Natureza equestre das mulas

A mula, ou também chamado de burro, pertence à família Equidae, a mesma dos cavalos (Equus caballus) e do jumento (também chamado de asno e jegue – Equus asinus). Quando a referência é feita em cavalos são, geralmente, chamados de, já os jumentos como asininos e as mulas como muares. O seu habitat natural seriam as regiões temperadas, semiáridas e montanhosas, mas devido a sua eficácia no trabalho pesado, é criado em todos os continentes e regiões.

Equinos

Os muares são o resultado do cruzamento dos jumentos com as éguas. É um animal híbrido e estéril. As mulas que têm as marcas na pata da frente são de origem do jumento pêga. Para o registro do muar, não importa qual a raça da égua. Já o pai precisa ser registrado.

Entre as diferenças para os cavalos, a orelha mais comprida e a maior inteligência dos muares. O burro não justifica a fama que ganhou. Eles também comem menos que os cavalos. A alimentação é composta por feno, aveia e ração. O comportamento e a resistência também chamam a atenção.

As vantagens dos burros são a força e a resistência. Eles podem andar até 100 quilômetros sem parada ou até dez dias com pouco alimento (consomem um terço do que um cavalo necessita). Como animais de tração, puxar arado e transportam grandes volumes de insumos ou de produtos.

Mercado de asininos

O mercado de asininos – jumentos e muares – brasileiro deixou o ambiente restrito da roça e vem se destacando dentro do segmento equestre. Os jumentos e seus produtos frutos de cruzamentos com éguas, burros e mulas, animais híbridos (sem capacidade de reprodução), cujo valor está restrito à sua atividade em vida, seja no trabalho, lazer ou competições em provas de pista estão cada vez mais valorizados. Atualmente há jumentos, burros e mulas comercializados nos mesmos patamares de cavalos de hipismo clássico.

Essa ascensão comercial ocorre graças a investimentos e de um mercado forjado por criadores que viram na natural paixão pelos bichos um nicho de mercado que poderia ser aprimorado e aperfeiçoado, nos mesmos padrões de criatórios tradicionais de cavalos de raça.

Um dos pioneiros nessa leitura de mercado nacional foi o empresário Martin Frank Herman, proprietário do Criatório Campeãs da Gameleira, em Itapetininga, interior de São Paulo, e hoje um dos maiores criadores de jumentos do Brasil. Herman, como é conhecido, conseguiu criar uma marca tão forte que dificilmente alguém pode falar em negócio de jumentos no Brasil sem citar o seu nome.

A qualidade do que realiza no criatório do interior de São Paulo também é reconhecido pela ABCJPêga, entidade de studbook que está completando 70 anos de atividade. Seus animais são alvos de criadores do exterior, em especial, dos EUA.

Infertilidade versus fertilidade das mulas

As mulas, mesmo que inférteis, atingem a maturidade sexual com cerca de 4 anos e podem apresentar ciclos estrais, com atividade ovariana, produção hormonal e possuem uma anatomia genital compatível com seus progenitores. A dificuldade de gerar uma prole é a compatibilidade entre o espermatozoide e o ovócito que precisam ser semelhantes para que possa haver interação e consequentemente a fecundação.

Pesquisas recentes conseguiram comprovar a funcionalidade do útero e canal vaginal para o nascimento de prole em mulas. No teste foi introduzido em uma mula um óvulo já fecundado por um espermatozoide e o animal conseguiu sem intervenção médica desenvolver e prover o nascimento de um filhote de cavalos, constatando assim que se a comunicação espermatozoide-óvulo for resolvida os muares se tornaram férteis. Assim como a glândula mamária foi capaz de se desenvolver e atender a demanda nutricional do filhote.

História das mulas e dos burros

Em 1733, passa por Sorocaba a primeira tropa de muares, conduzida pelo Coronel Cristóvão Pereira de Abreu, fundador do Rio Grande do Sul, inaugurando um novo ciclo histórico – o do Tropeirismo. Com o passar dos anos e o acréscimo do número de tropas, Sorocaba tornou-se sede das Feiras de Muares.  Ali, se reuniam brasileiros de todos os quadrantes, a venderem ou comprarem animais e, ao mesmo tempo, em que ajudava na integração cultural dos vários rincões do País.

 

A cidade, por força de sua situação geográfica privilegiada, transformou-se no eixo geoeconômico, entre as regiões norte e sul do Brasil: enquanto que o Norte, a economia se baseava na mineração e na exploração das imensas reservas florestais, no Sul, a motivação econômica era a produção de animais de carga e de corte, uma completando a outra. Com isto, o uso de muares só cresceu no Brasil, sempre com destaque para o comércio na Feira de Sorocaba. Só após a chegada da estrada de ferro, o uso de muares teve sua importância reduzida. Porém, hoje o cenário mudou e são considerados animais de elite.

Links pesquisados:

www.em.com.br

www.g1.globo.com

www.canalrural.com.br

www.infoescola.com

www.revistahorse.com.br

www.centraldeleiloes.com.br
www.turismo.sorocaba.sp.gov.br

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