Agricultura 4.0_ a virtualidade chega ao campo

Agricultura 4.0: a virtualidade chega ao campo

Entenda de que forma a tecnologia, marca definitiva do século 21, vai afetar a vida rural, a transformando em agricultura 4.0

Controle de pragas, seleção natural de sementes férteis, culturas adequadas para determinadas áreas, entre outras inúmeras possibilidades, estão em plena ebulição na agricultura, graças aos investimentos elevados no mundo tecnológico para otimizar uma série de processos para tornar a agricultura mais produtiva, com menos perdas.

É sabido que ao longo dos anos a agricultura desenvolveu um papel importante na vida humana. Grandes civilizações se desenvolveram à beira de rios, por conta da canalização da água, o que permitia não apenas a sobrevivência, mas também o melhor aproveitamento das terras férteis à sua volta. Pouco a pouco, a agricultura foi evoluindo e passou a fazer uso de animais, fosse para puxar as carroças, arar a terra, ou mesmo transportar a cultura produzida de uma determinada área, até outra, em que a produção não era viável. E vivemos hoje, a praticamente completa mecanização do campo, em praticamente todo o tipo de manejo, seja nas plantações mais simples, até às mais elaboradas, como o cultivo de cana-de-açúcar, café, laranja, entre outras.

A tecnologia chegou e com ela, aparentemente, uma evolução jamais vista na agricultura. É o início do que se tem denominado a era da agricultura digital!

Agricultura 4.0 ou digital

A agricultura digital faz parte de um conceito que propõe incorporar as tecnologias atuais no modelo de produção agrícola. Ela compreende o conjunto de tecnologias integradas a um sistema que permite aos produtores rurais, a análise de agricultores e outras partes interessadas do processo, a fim de melhorar a cadeia produtiva de alimentos. Um dos exemplos da otimização da produção nas fazendas é a coleta de dados; através dela, é possível monitorar as lavouras e evitar perdas. Em resumo, a agricultura 4.0 ou a agricultura digital, como também vem sendo chamada, faz parte de um processo de uma nova revolução industrial, que tem caminhado a passos largos, a indústria 4.0.

Ela se vale do famoso Big Data e/ou ciência de dados, aprendizado de máquina (machine learning), robótica e bioinformática são alguns exemplos do uso das novas tecnologias no mundo rural. A startup de biotecnologia Decoy, é uma das empresas que apostou em tecnologia para nos trazer uma solução: um carrapaticida feito à base de fungos, que são inimigos naturais da praga. Dessa forma, a empresa trouxe uma grande solução para pecuaristas e cafeicultores.

Outra solução encontrada através da pesquisa e tecnologia foi a pré-seleção de sementes, utilizando o machine learning. Os pesquisadores do Centro de Energia Nuclear da Agricultura (CENA), instituto da USP, querendo otimizar o processo de seleção de qualidade das sementes exigido por lei, empregaram um sistema de análise de sementes com tecnologias de luz, a partir de imagens.

Principais tecnologias em uso no campo

GPS agrícola

O uso do GPS agrícola toma uma importante posição na busca por automatizar e otimizar a produção. Sua utilização torna a colheita mais precisa, e ajuda o produtor agrícola de diferentes formas no dia a dia. Foi uma das primeiras tecnologias a ser trazida para os campos.

Robótica

A automação industrial tem como uma das grandes ferramentas a robótica. Utilizada em diversos setores, na agricultura ela aparece como as máquinas que são controladas por telemetria, que é a comunicação entre sistemas.

Sensores e Internet das Coisas

Os sensores auxiliam o produtor agrícola a ter um controle mais preciso do que ocorre na sua fazenda. A planta está encharcada de água? O sensor avisa e pode emitir um chamado e através da Internet das Coisas (“Internet of Things”, em inglês; também aparece como IoT), pode também emitir um controle que regula a quantidade de água sendo enviada para aquela planta.

A internet das coisas possibilita várias outras funções, apesar de ser bastante aliada do funcionamento dos sensores, como por exemplo a previsão do tempo, dados a respeito do solo que podem servir para o fazendeiro fazer a adubação correta, entre outras soluções

agricultura 4.0 Implantação de sensor agrícola

Ainda não é para todos a agricultura 4.0

Hoje em dia a tecnologia aplicada às soluções para agricultura digital são direcionadas apenas pensando no grande produtor. Os pequenos produtores, incluindo os que atuam em agricultura familiar, muitas vezes, não possuem acesso à internet em suas fazendas, para fins de otimização das colheitas.

A agricultura digital atualmente visa a segurança alimentar sem abrir mão da sustentabilidade.  Mas atualmente, a implantação de sistemas e tecnologias que apoiam a agricultura digital sofrem alguns impasses. De acordo com o censo mais recente da área, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 23% da área rural está conectada à internet.

Por outro lado, o Governo tem criado programas de incentivo à tecnologia, como o Agro 4.0. Neste programa, as empresas podem submeter propostas de projetos ou arranjar parcerias. Com a preocupação crescente do Brasil em finalmente implantar o 5G total no país, podemos dizer que estamos cada vez mais próximos de ver e nos acostumarmos com uma “fazenda do futuro”.

As diferentes fases até chegar na agricultura 4.0

Durante o desenvolvimento da humanidade, a agricultura tomou uma grande proporção. Os seres humanos foram deixando aos poucos, a vida nômade, trocando de cavernas conforme as necessidades, para se dedicar a uma vida sedentária. Nesta vida, os animais eram contidos e as espécies vegetais eram domesticadas e iniciava-se uma cultura alimentar, ou seja, a criação de um alimento.

Por volta de 1900 até 1950, a agricultura não visava alta produtividade, sendo baseada na subsistência do grupo. A tecnologia utilizada era manual, junto a algumas ferramentas, como pás e enxadas. Essa era a Agricultura 1.0.

Com o tempo, são apresentados os conceitos de monocultura e commoditie. A monocultura envolve a criação de uma única coisa, como a soja ou cana de açúcar; já a commodity é um produto agrícola ou mineral, geralmente disponível para exportação, tal qual a soja para o Brasil e a China com as peças automotivas. Este é o início da fase 2.0 da agricultura.

Propriedade rural é negócio sustentável

Ao longo da década de 90, surge o GPS (sigla para Sistema Global de Posicionamento). Esse sistema de rastreamento através de satélites permitiu que o Brasil desenvolvesse uma agricultura de precisão. Por meio dessa tecnologia, é possível ligar uma máquina de maneira completamente remota. A preocupação agora é ofertar um alimento seguro para os clientes. Essa é a Agricultura 3.0.

Já a chamada Agricultura 4.0, vai contra todos os ensinamentos das fases anteriores, preocupando-se com a superpopulação e o aproveitamento dos recursos naturais de forma mais sustentável. Ainda, nesta fase podemos ver, de forma crescente, uma grande importância aos alimentos multifuncionais. A pesquisa se torna mais complexa e a busca por soluções biológicas, como o carrapaticida mencionado anteriormente, é algo que ganha destaque.

 

Links de Referência:

www.gov.br

www.embrapa.br

www.agencia.fapesp.br

www.revistapesquisa.fapesp.br

www.agencia.fapesp.br

www.tecnologianocampo.com.br

www.agencia.cnptia.embrapa.br

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