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As feiras livres causam impactos econômicos positivos e sociais importantes para o segmento rural familiar. De acordo com um estudo realizado, no Vale do Jequitinhonha, as feiras livres além de suprir com qualidade a alimentação da população local, também contribui com a economia das respectivas localidades, onde se realizam. As rendas geradas pelas feiras possuem como principal destino o comércio urbano. Que por sinal, é um indicador econômico que, por vezes, passa despercebido pelos órgãos municipais, sendo alvo de pouca atenção e incentivo, segundo os pesquisadores. Esses espaços possibilitam que os agricultores familiares vendam seus produtos diretamente ao público consumidor, reduzindo a interferência de atravessadores que possam prejudicar o lucro da produção.
Além de ser um canal de comercialização, a feira livre tem o papel fundamental de fomento à cooperatividade entre os agricultores, os consumidores e o poder público. Com a vantagem de oferecer à população, a oportunidade de comprar produtos frescos, diretos do campo com preços mais acessíveis. No geral, as feiras livres representam uma alternativa viável dos agricultores escoarem mais facilmente a produção.
As feiras livres ocorrem com três agentes: feirantes agricultores, que se abastecem no comércio urbano ao fim das feiras; consumidores e comerciantes, que adquirem produtos das feiras. Além disso, percebeu-se que os feirantes são solidários, sendo que além de comercializarem produtos de terceiros, também destinam alguns de seus excedentes de feiras para doações no urbano.
É um dos melhores canais de comercialização da agricultura familiar, pois funciona como termômetro de qualidade dos produtos. O consumidor pode se comunicar diretamente com o produtor e dar um retorno direto sobre como estão os alimentos à venda.
A opção por comercializar produtos em feiras livres garante ao agricultor rentabilidade e movimenta a economia de muitas famílias que vivem no campo. O fato de se relacionar diretamente com o consumidor, sem o atravessador, melhora o valor recebido pelos produtos.
Comece pelas feiras livres
Esse canal de comercialização ainda proporciona a inserção de pequenos produtores no mercado, pois não são necessárias grandes quantidades de produtos agrícolas para um dia de feira.
O estudo, publicado pela Revista Brasileira de Planejamento e Desenvolvimento, de Curitiba, demonstra que a feira livre é um espaço em que, tanto o pequeno agricultor, quanto quem pratica agricultura familiar, pode inserir seus produtos e, por conseguinte, passar a fazer parte de algo maior.
Desde que passam a integrar a economia e a cultura dessas regiões: abastecendo as cidades pequenas e o entorno. Muitas vezes, por intermédio de comerciantes locais, acabam por abastecer cidades pequenas, mas distantes das rotas de distribuição de alimentos, contribuindo assim, com a economia local por meio da circulação de dinheiro no comércio. Uma vez que a economia está interligada com o sistema produtivo, logo a feira livre está interligada com o sistema produtivo, ao proporcionar a geração de receitas.
A feira também pode ser uma porta de entrada para outras atividades de rentabilidade econômica para os agricultores, como o agro turismo. A partir dos alimentos expostos, os consumidores ficam curiosos para saber como é a unidade de produção familiar de origem dos produtos. E o produtor pode a partir dessa troca, considerar o agendamento de visitas à sua propriedade, dando início a um novo serviço, que é o chamado agro turismo.
Incentivo ao cooperativismo
Para aqueles que querem ganhar o mercado de trabalho ou para encontrar novos espaços ou para se reinserir no mercado, uma boa alternativa com a feira livre é fomentar o cooperativismo entre os produtores. Por conta da atual pandemia, a organização em cooperativas tem se tornado mais evidente.
Segundo a ONU, 1 bilhão de pessoas estão ligadas ao cooperativismo em todos os continentes. Como filosofia de vida, prega a participação democrática, a solidariedade, a independência e a autonomia. Valores que fazem parte do ser humano, desde a antiguidade.
A origem do corporativismo organizado surge em 1844: a primeira cooperativa do mundo foi fundada por 28 tecelões na cidade de Rochdale, na Inglaterra. O país no século XIX foi reconhecido como um exemplo de cooperação solidária, cujos princípios eram a autoajuda, auto responsabilidade e igualdade de decisões.
Embora seja caracterizada como fundamental para o fornecimento de alimentos em todo o país, a agricultura familiar brasileira ainda passa por muitos desafios para a sua sobrevivência. Na tentativa de apoiar o setor e ajudar a superar qualquer adversidade, o cooperativismo na agricultura se mostra uma importante solução.
Os principais obstáculos do setor são aqueles impostos pela globalização, com a entrada de insumos estrangeiros no mercado, o grande nível de exigência dos negócios alimentícios e a alta competitividade diante dos grandes agricultores. Isso exige dos pequenos produtores rurais estratégias que assegurem a sustentabilidade das suas propriedades.
Cooperativas rurais são alternativas viáveis
Nesse mercado tão competitivo, as cooperativas rurais surgem como uma alternativa viável, pois beneficiam o pequeno agricultor e permitem que ele escoe sua produção, garantindo a compra de matéria-prima, insumos e suprimentos a preços atrativos.
O papel social dessas organizações vai além de um plano contra o desemprego. Hoje, elas se tornaram uma forma de promover o desenvolvimento econômico e social de muitos grupos.
A diferença entre o capital de uma cooperativa e o gerado por uma empresa privada é que o primeiro não fica concentrado na mão de um empresário. Todo o lucro obtido é dividido entre os trabalhadores, gerando o desenvolvimento local.
Por conta da alta competição direta com grandes produtores rurais, uma vez que eles entregam seus produtos a preços muito atrativos e lucram pelo volume de vendas, escoar a produção por meio das cooperativas é a melhor forma de assegurar a comercialização a preços competitivos para os pequenos agricultores.
As cooperativas recebem e tratam a produção de diversas formas, desde o envasamento e ensacamento até o descascamento de grãos e a elaboração de alimentos derivados.
Hortaliças
A produção de grande parte do volume comercializado das hortaliças no Brasil é realizada por pequenos agricultores, geralmente denominados como familiares. A comercialização desses produtos é feita em diferentes canais, como as centrais de distribuição (CDs) das grandes redes de supermercados, mercados menores, sacolões, feiras livres, restaurantes e/ou nas centrais de abastecimento (Ceasa, Ceagesp).
O funcionamento das feiras livres contribui significativamente para a receita de pequenos e médios produtores, principalmente aqueles que têm nas mesmas o principal canal de comercialização. Para esses e demais produtores, a busca por novas formas de alternativas de comercialização como a entrega de produtos utilizando delivery, drive-thru ou take-out foi a solução encontrada para escoar parte da produção.
Assim, a feira como tradicional “ponto de encontro”, passa a ser flexibilizada, com locais e horários para a distribuição dos produtos que são previamente acordados entre vendedores e consumidores.
A utilização de mídias digitais, por meio do celular, com o emprego principalmente do WhatsApp e, em menor escala o Instagram e o Facebook, tem sido, sem dúvida, uma grande aliada desses produtores, mantendo assim, um acordo de negócio nesses pequenos circuitos, ou mesmo articulando essa aproximação entre os produtores e os consumidores, facilitando assim o fluxo de produtos.
Agricultura urbana
Outras medidas de apoio à comercialização das hortaliças também foram implementadas, a exemplo da “Feira Segura”, um projeto do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/CNA) para estimular a realização de feiras livres em todo o país, seguindo as orientações da OMS quanto aos cuidados em relação ao novo coronavírus.
A entrega de hortaliças mais frescas e de origem conhecida, assim como uma oportunidade de uma maior aproximação entre produtores e grupos (associações ou cooperativas) com os consumidores, também foram algumas características observadas durante esta crise em algumas regiões do país. O apelo por parte de consumidores mais esclarecidos para aquisição de produtos oriundos da agricultura familiar ou de produtores locais também foi evidenciado durante a pandemia. O
O mercado de hortaliças tem sofrido grandes mudanças, nas quais o consumidor, principalmente aquele de maior poder aquisitivo, tem buscado mais conveniência na aquisição e no preparo delas. Como produtos minimamente processados como o mix de hortaliças higienizadas e embaladas, prontas para consumo imediato; hortaliças de tamanho reduzido, como as minis melancias sem sementes, os minis tomates ou as mini cenouras.
Piscicultura: um bom negócio para direcionar às feiras livres
A criação de peixes vem se apresentando como uma oportunidade econômica para o empresário rural brasileiro, em especial para comercialização em feiras livres. Antes estimulada pela expansão dos “pesque-pague”. Os produtores passaram a perceber que os peixes poderiam ser produzidos em cativeiro, sob condições controladas e planejadas, diferentemente da tradicional pesca extrativista.
O território brasileiro tem um grande potencial hídrico para a produção de peixes. São mais de sete mil quilômetros de costa marítima e dez milhões de hectares de lâmina d’água em reservatórios de usinas hidrelétricas e propriedades particulares. O país possui clima predominantemente tropical (favorável ao rápido crescimento de peixes).
O Brasil é o quarto maior produtor mundial de tilápia, espécie que representa 60% da produção do país. Os peixes nativos, liderados pelo tambaqui, participam com 35% e outras espécies com 5%, segundo dados da Associação Brasileira da Piscicultura (PEIXE BR).
O brasileiro consome 6,8 kg/ano de peixe, enquanto a média mundial gira em torno de 16 kg/pessoa/ano e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda como ideal 12kg/pessoa/ano