Criação de cavalos traz inúmeros benefícios para o produtor rural
Devido sua importância para procriação, como força de trabalho no campo e para práticas esportivas, o plantel de cavalos está em expansão no Brasil. O animal requer cuidado especial com a alimentação. Os mercados de equinos economicamente mais ativos estão concentrados nos estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Segundo a Universidade do Cavalo, a maior concentração se dá no em São Paulo. Para ter uma ideia, entre Sorocaba e Avaré, tanto pela Castelo Branco como pela Raposo Tavares, está a maior concentração de haras do país, em torno de 700 haras.
O mercado equestre movimenta R$ 16,2 bilhões por ano no Brasil. O conceito de bem-estar dos animais ganha cada vez mais relevância. Afinal, cerca de 20% do gasto médio com cada cavalo equivale à alimentação, suplementação e medicamentos. Metade dos 5,5 milhões de equinos do Brasil é de lá.
Do mercado total, 36% do “produto interno bruto da “equideocultura” estão concentrados em animais destinados a esporte e lazer. Os cavalos de lida movimentam 53% do total. Cerca de 5% são relacionados ao puro-sangue inglês (PSI) e ao turfe e 6% a outras atividades. Além disso, o setor gera emprego direto para aproximadamente 607 mil pessoas.
Cuidado no manejo e nutrição dos cavalos
O planejamento nutricional adequado é fundamental para a criação dos cavalos, assim como a união de uma pastagem de boa qualidade, feno e ração concentrada.
Os equinos possuem um estômago pequeno, portanto a alimentação excessiva pode causar distensão, cólicas, fermentação e transtornos como, por exemplo, diarreias.
Uma boa alimentação prioriza ingredientes que satisfaçam todas as necessidades de nutrientes dos equinos, considerando a quantidade de proteínas, carboidratos, vitaminas, fibras e sais minerais.
Independentemente do sistema de criação, da raça ou estado fisiológico do animal, é fundamental adotar um programa nutricional. Boas práticas de manejo podem ser feitas para aprimorar a alimentação desses animais.
Alimentação dos cavalos
Como a alimentação dos cavalos é feita principalmente com feno e forragem, com pequenas quantidades de concentrados, tais como alimentos de grãos, granulado ou doce, não é raro identificar criadores que dão pouca ênfase à qualidade da forragem oferecida.
É importante quebrar a cultura de que o feno é apenas uma distração para os animais. Pelo contrário, ele é uma fonte importante de energia – que pode variar muito de qualidade. Feno velho e feio pode diminuir o peso do animal e torná-lo menos resistente a doenças e fraquezas.
A Nutrimais comercializa produtos de nível e qualidade altíssimas para equinos, de grande e pequeno porte. No caso dos cavalos, o mais indicado é o +Horse. Um suplemento mineral que deve ser misturado na ração, e é rico em aminoácidos. Deve ser usado por cavalos de todas as raças e em qualquer idade, durante a fase de criação. Ele é rico em aditivo probiótico, levedura inativa e aditivo prebiótico (mananoligossacarídeo e glucomananos).
O produtor precisa considerar a raça, o peso, a idade e algumas outras características do cavalo na hora de elaborar uma dieta nutricional. Do contrário, rações e suplementos podem acabar desequilibrando o organismo do animal e sendo mais prejudiciais do que favoráveis para os resultados esperados.
Os minerais são fundamentais para garantir o bom desenvolvimento do organismo e estrutura óssea dos equinos. Normalmente, as pastagens utilizadas para a alimentação dos cavalos apresentam deficiências de minerais.
Uma dica importante para atender as necessidades de minerais dos cavalos é manter sempre em um cocho específico sal mineral onde o animal tem livre acesso para regular a quantidade diária necessária para atender as perdas diárias.
Conheça as 8 principais raças de cavalos presentes no Brasil
Quarto de Milha
É considerada uma das melhores raças para participar de competições equestres, pois apresenta grande capacidade de velocidade e, ainda, um alto grau de inteligência. Por ter um temperamento muito dócil, o cavalo é fácil de ser adestrado. A altura do animal costuma ser de aproximadamente 1,52 m, podendo chegar a 1,62 m e se destaca como corredor de curta distância, devido à sua potente força muscular, o que permite arrancar com extrema agilidade. É uma excelente opção para quem procura um animal para sela, lida de gado, salto de obstáculos e corridas.
Mangalarga
Surgiu após o cruzamento das raças Árabe, Alter e Andaluz — todos trazidos da Península Ibérica — a fim de desenvolver um animal de característica forte e marcante. A princípio, a raça foi criada na região sul do Estado de Minas Gerais e, com o passar do tempo, foi introduzida no Estado de São Paulo e, por isso é conhecido também, como Mangalarga paulista. O Mangalarga é um cavalo de sela, sendo que costuma ser muito usado nos esportes hípicos e, também, para o trabalho em fazendas. A média de altura é de 1,55 m e ele tem como principal característica a marcha trotada, que se difere do trote por manter um tempo ilimitado de suspensão entre os apoios (momento em que o animal fica totalmente sem contato com o solo).
Mangalarga Marchador
Tem porte forte e proporcional, expressão sadia e vigorosa e apresenta pêlos lisos, finos e sedosos. Ele tem um temperamento dócil. Considerado um animal de porte médio, os machos com altura média de 1,52 e as fêmeas com 1, 46. A marcha batida (ou picada) é sua característica, que nada mais é do que o andamento simétrico em quatro tempos, tendo apoios que se alternam.
Brasileiro de hipismo
Considerada uma nova raça no cenário nacional, o cavalo Brasileiro de hipismo é o resultado do cruzamento de outras raças, oriundas da Europa. Podemos dizer que é um típico animal de sela, com aptidão para todas as modalidades de salto, concurso completo de equitação e adestramento. Algumas características destacam essa raça de cavalo brasileiro, tais como a agilidade, a inteligência e a docilidade. Ainda, é válido acrescentar que ele é vivaz e mede aproximadamente 1,70 m de altura.
Campolina
A criação da raça Campolina aconteceu no final do século XIX , em Minas Gerais e por mais de 70 anos ela foi sendo aperfeiçoada por meio do cruzamento dos cavalos Mangalarga Marchador e PSI. De beleza incontestável, o Campolina é um cavalo de temperamento dócil e movimentos harmoniosos, o que permite uma montaria leve e confortável.
Crioulo
Originário do cruzamento de outras raças vindas da Península Ibérica, esse cavalo está sendo criado principalmente no Estado do Rio Grande do Sul, além de países sul-americanos, como a Argentina, o Chile e o Uruguai. O Crioulo é um animal de sela, cujo temperamento é considerado tranquilo, amável e muito inteligente. Além disso, é um cavalo que apresenta muita agilidade, força e resistência e, por isso, é indicado para a lida do gado. O tamanho dele pode variar entre 1,38 e 1,50 de altura, e seu peso entre 300 e 450 kg. A estrutura óssea do animal é compacta e a musculatura é muito consistente. Por isso, é muito utilizado para as tarefas de fazendas, atividades de montaria e para participar de competições equestres de algumas regiões do país.
Campeiro
Se originou por volta do século XVI, por meio das expedições espanholas que circulavam nas bandas do Estado de Santa Catarina e seguiam em direção ao Uruguai, mais precisamente para a cidade de Assunção. O macho tem altura mínima de 1,54, enquanto a fêmea 1,52. Além disso, apresenta pelagem de tonalidade castanha em todas as suas variações, sendo que a cabeça é de fronte retilínea e subconvexa e o pescoço é delicado e bem definido.
Puro-Sangue Inglês
Como o próprio nome já diz, os Puro-Sangue Inglês foram desenvolvidos na Inglaterra para corridas e saltos. De acordo com documentos e pesquisas, eles surgem de três grandes garanhões importados para o Reino Unido logo no início do século 18: The Darley Arabian, Byerley Turk e Godolphin Barb. Esses animais foram cruzados, então, com éguas nativas inglesas, que eram muito fortes e calmas.
Inseminação artificial de equinos é um bom negócio
As inovações são destaque na criação do mangalarga marchador, a maior raça de equinos no Brasil, com 600 mil animais registrados e cerca de 16,5 mil criadores, dos quais, mais da metade (9.044) está em Minas. O estado concentra 245.350 exemplares da raça.
Nos últimos 10 anos, houve no país aumento de 70% no uso da inseminação artificial e de transferências de embriões na raça, conforme dados da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM).
Para a prática de inseminação alguns produtores recorrem à “barriga de aluguel”, técnica que funciona da seguinte forma: uma égua de qualidade inferior serve como “receptora” para a gestação de um embrião gerado a partir do espermatozoide de um garanhão e do óvulo de uma égua de qualidade genética elevada.
A grande vantagem da transferência do embrião com o uso da “barriga de aluguel” é que isso permite que uma égua possa gerar até nove filhos por ano, enquanto pelo processo de monta natural o animal gera somente um filho por ano, considerando-se que a gestação de equinos dura 11 meses
Na monta natural, um cavalo cobre apenas uma égua, enquanto com a inseminação artificial ele pode cobrir cinco éguas no mesmo intervalo de tempo. Então, neste caso, o ganho financeiro da inseminação artificial é cinco vezes superior ao da monta natural
O Brasil já dispõe da técnica de reprodução de animais de alto valor genético com o uso do processo de reprodução in vitro ICSI, (sigla em inglês de Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide). Ela possibilita a formação de embriões in vitro a partir de uma injeção de um único espermatozoide dentro de cada óvulo.
Há vários esportes para se praticar com cavalos
O hipismo consiste na arte de montar cavalos e congrega sete modalidades. Três delas são olímpicas: o Concurso Completo de Equitação (CCE), o salto e o adestramento. As demais, apesar de não fazerem parte dos jogos, também são reguladas pela Federação Equestre Internacional (FEI). São elas as provas de rédeas, atrelagem, enduro e volteio. O polo, por sua vez, é regido pela Federação Internacional de Polo.
Além do hipismo, no Brasil, outras práticas esportivas marcam a cultura da montaria a cavalo. É o caso da vaquejada, que caminha junto com o polo, volteio, enduro equestre e adestramento.
Desde a Grécia Antiga, nos primeiros Jogos Olímpicos, alguns esportes exigiam a colaboração entre os homens e os equinos.
Nos dias atuais, existem não só esportes equestres olímpicos, mas uma variedade de esportes que podem ser praticados com esses animais tão apreciados. O hipismo, que é como se denomina o conjunto de práticas esportivas equestres.
A atividade hípica é constituída por sete modalidades. Dentre elas, três são olímpicas: o adestramento, também conhecido como dressage, o salto e a equitação.
No adestramento, cavaleiros ou amazonas devem guiar movimentos perfeitos e elegantes com seus cavalos, com o objetivo de mostrar o controle sobre o animal.
Nas provas de adestramento, cavalo e cavaleiro devem fazer movimentos que são conhecidos como figuras.
No salto, os cavaleiros devem atravessar um trajeto cheio de obstáculos, alguns mais baixos, medindo 40 centímetros e outros mais altos medindo 160 centímetros.
São aproximadamente 20 obstáculos num percurso que varia de 700 a 900 metros. O cavaleiro que completar o percurso no menor tempo e com um menor número de erros vence a competição.
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Na verdade, a equitação é uma modalidade que reúne as outras práticas citadas acima em uma só.
Nela, estão presentes o salto e o adestramento, mas também fazem parte dessa modalidade as provas de fundo.
As provas de fundo são divididas em algumas etapas. Na equitação tem-se um tempo de prova estendido, pois são muitos os movimentos a serem realizados.
São mais de dez esportes que podem ser praticados com o cavalo, cabe escolher qual deles melhor se ajusta ao seu objetivo. E além disto, não se pode deixar de lado o rodeio, que também é cheio de modalidades diferenciadas.
E é nos rodeios, onde os cavalos estão a todo vapor, encantando a quem os aprecia, seja no centro das atenções ou nas provas que ocorrem em paralelos nos grandes shows, em que os touros são o carro chefe. Porém, algumas modalidades esportivas são feitas com montaria em cavalos e não lhes faltam adeptos. A saber algumas delas:
Modalidade cutiano
Essa modalidade é bastante semelhante à de sela americana. O peão deve segurar a rédea com uma das mãos, deixando a outra livre e para o alto. A partir da saída do animal do brete, o peão precisa se manter em cima do cavalo por 8 segundos. As esporas devem ser mantidas posicionadas na altura do pescoço do cavalo, sendo, então, puxadas para trás.
Há uma fiscalização dos equipamentos antes do início da competição para que o fiscal se certifique de que não há nenhum tipo de facilidade para o competidor. No entanto, qualquer pessoa do evento pode acusar algo suspeito, como o uso de ceras e colas que visem ajudar o peão a permanecer em cima do cavalo.
Quando a montaria começa, o peão deve posicionar as suas esporas no pescoço do cavalo enquanto é dado o primeiro pulo, antes que as patas dianteiras toquem o solo. Caso o cavalo não pule, é direito do peão escolher outro animal para competir. Se o peão usar a cerca, o braço ou o brete com a finalidade de facilitar a sua montaria, poderá sofrer penalização.
Prova dos Tambores
Um que tem muito sucesso entre os jovens, em especial as meninas, é a Prova de Três Tambores: um esporte de precisão e explosão. Segundo seus praticantes é dos esportes mais emocionantes existentes. Ele requer animais fortes e rápidos e cavaleiros ou amazonas precisos e intensos.
Trata-se de uma prova em que cavaleiro ou amazona que devem realizar um percurso no menor tempo possível, em cima do cavalo, e no percurso estão dispostos três tambores de forma triangular.
O percurso começa com uma partida em alta velocidade, onde o tempo inicia quando o focinho do cavalo cruza a fotocélula. O conjunto percorre cerca 18 metros até chegar no primeiro tambor, onde devem contornar o tambor perfazendo um ângulo de 360°.
Então, o conjunto precisa contornar os outros dois tambores e encerrar a prova se dirigindo para o ponto de chegada.
A Prova de Três Tambores é uma competição de velocidade, mas que exige precisão. O conjunto não pode derrubar tambores ao contorná-los, pois são acrescidos ao tempo final 5 segundos para cada tambor derrubado.
Outras duas modalidades comuns nos rodeios, são as denominadas: Sela Americana e Bareback.
Na mais tradicional, que é a Sela Americana, quando o cavalo sai do brete e coloca as duas patas dentro da arena. Logo após, o competidor deve realizar o mark-out, isto é, inserir as esporas na altura do pescoço do animal, puxá-las para trás, flexionar os joelhos e acompanhar os pulos durante 8 segundos. Se o peão não conseguir cumprir as regras, ocorre a desclassificação. No final do desafio, os jurados dão suas notas, que variam de 0 a 100.
Na outra modalidade, a Bareback, o competidor utiliza uma luva de modo a segurar a alça amarrada na cernelha do animal. Com o intuito de amenizar os atritos nas costas, o cavaleiro pode utilizar algum protetor de cóccix. Assim como nas demais categorias, vale as regras dos oito segundos e do toque.
Esportes paraolímpicos
Os cavalos também contribuem para um esporte mais inclusivo. Atletas que portam deficiências físicas, seja paralisia ou deficiência visual podem competir em provas de adestramento, numa pista especial.
A pista, própria para atletas paraolímpicos, oferece um maior grau de segurança. Nessa modalidade a prova de adestramento ou dressage é dividida em categorias determinadas pelo grau de deficiência dos competidores.
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