Bandeiras do Brasil e da China juntas

Negócio da China: as relações comerciais estão mais sólidas do que nunca

Nossa balança comercial encerrou 2021, com um superávit positivo, em relação a 2020. Embora para a equipe econômica não tenha sido o ideal, já que esperavam fechar acima de US$ 70 bilhões, e fechamos com 61,08 bilhões. O saldo é 21,1% superior ao ano anterior. Aliás, o ano de 2020 foi dos mais conturbados. Porém, se olhar de fora, o fato de ainda estarmos em plena pandemia do Covid-19, o mercado de exportações tem apresentado notícias positivas. E se ano passado, o Brasil fechou o ano com superávit de US$ 50,995 bilhões, sendo as maiores vendas destinadas a Hong Kong, Macau e China, com aumento registrado de 7,3%, de acordo com a balança comercial brasileira, divulgada pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia.

Em 2021, não deixou nada a dever. Vale ressaltar que o mercado brasileiro tem uma aliança muito forte e de longa data com o mercado de exportações chinês.

Ao divulgar os novos dados da balança comercial, a CNN, aponta o fato do Ministério da Economia estar bem reticente. E mesmo comemorando o avanço de 35,8%, que totalizaram US$ 499,7 bilhões, em comércio exterior, número esse que serve de termômetro para o mercado. E ao obter em dezembro, o superávit da balança de R$ 3,9 bilhões, valor 39,7% superior ao registrado no mesmo mês de 2020, não querem apenas celebrar. A pasta vê o cenário de preços de commodities mais elevados, com cautela.

Exportações: novos desafios para o Brasil

Já que é ela que impulsiona em nível recorde as exportações do Brasil. “A incerteza quanto ao cenário externo continua alta em 2022, em face de sinais de uma possível nova onda de Covid-19 e implementação de novas medidas restritivas já iniciadas em alguns países da Europa. Processo de normalização monetária nas economias avançadas também é fator de risco”, pondera. No ano, as exportações atingiram recorde de US$ 280,4 bilhões e as importações somaram US$ 219,4 bilhões. Os números representam alta de 34% e 38,2%, respectivamente, na comparação com 2020.

Em recente artigo publicado pela Observatório de Política Externa e da Inserção Internacional do Brasil, em que os autores deixam claro que o comércio entre o Brasil e a China, se sustentam em três pilares: soja, petróleo e minério de ferro, não há motivos para alardes, quando se fala em estremecimento das relações bilaterais. Isto não ocorre. Pelo simples fato, da China ser o principal parceiro comercial do Brasil, desde 2009, e as relações comerciais entre eles têm se tornado cada vez mais intensas.

A soja, o petróleo e o minério de ferro se destacam

Segundo dados do Ministério da Economia, no primeiro trimestre de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020, a corrente de comércio entre os países cresceu 19,5%, e as exportações brasileiras para a China 28%. Os destaques das vendas brasileiras têm sido a soja, o petróleo e o minério de ferro. Somados, os 3 produtos constituíram 79% das exportações brasileiras para a China entre janeiro e março de 2021, refletindo a continuidade da pauta de exportações para a China que nos últimos anos foi dominada – sempre em mais de 70%, de acordo com dados do ME – pelos mesmos três produtos.

Em 2020, o Brasil exportou para a China cerca de US $67,8 bilhões, em produtos, registrando uma alta de 7%, segundo dados do antigo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, atualmente ligado ao Ministério da Economia. A soja foi a commodity mais exportada.  No ano seguinte, a China foi responsável por 67% do superávit brasileiro, segundo o Indicador de Comércio Exterior (Icomex) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Os 4 produtos mais comprados pela China (de janeiro a agosto de 2021)

  1. Soja em grãos (69%)
  2. Minério de Ferro e petróleo (45%)
  3. Carne bovina (57%)
  4. Celulose (42%)

A compra destes produtos brasileiros não sofreu com variações muito grandes com o passar dos anos, desde 2018. A China demonstra preferência pelos produtos brasileiros e é frequentemente uma das maiores compradoras, responsáveis inclusive pelos fechamentos da balança comercial brasileira em superávit.

Navio atracado em porto, cheio de containers, pronto para levar as exportações até a China

A história da relação Brasil e China

A China é um dos países que mais exporta no mundo e também um dos mercados consumidores com maior potencial de expansão. Um dos desafios que acomete o Brasil é a diversificação de pautas de exportação. Os interesses chineses são: matéria prima e commodities para alimentar seus rebanhos, como a soja, por exemplo. Dado o seu crescimento econômico, a China se tornou a segunda maior economia do mundo. Esse crescimento acompanhou a indústria, que demandava matérias primas e semimanufaturados, além de muita energia. O país conta com poucas reservas de petróleo e gás natural, fazendo com que a China seja o maior importador de commodities do mundo. Nos últimos anos, o país também registrou um aumento da classe média consumidora, com salários próximos dos de países como África do Sul e Portugal.

História antiga

O Brasil mantém relações comerciais com a China desde o fim da Guerra Fria. Na década de 1990, sob os governos Collor, Itamar e FHC, o Brasil se esforçava para ter uma moeda que ficasse em pé de igualdade ao dólar, colocando em prática planos visando a liberalização comercial, como o Mercosul e o Plano Real. A partir dos anos 2000, a demanda internacional, sobretudo a chinesa, gerou um aumento no preço das commodities. Esse movimento gerou destaque para o Brasil e um forte crescimento econômico.

A China é o principal destino das exportações brasileiras, sendo também um importante aliado comercial na área de investimentos aqui, dada a grande quantidade de empresas chinesas em ascensão no país.

Desde 2009, a China tem sido uma grande parceira comercial do Brasil. Há também a participação de ambos os países nos chamados BRICS. A sigla em inglês significa Brazil, Russia, India, China, South Africa (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), representando um agrupamento incorporado à política externa desses países.

A ideia formulada por Jim O’neil, diretor da Goldman Sachs, em um estudo, reforça o peso econômico dos países pertencentes à sigla. De caráter informal, os BRICS se sustentam nas vontades políticas de seus membros.

O futuro das relações Brasil e China

Os acordos comerciais entre Brasil e China parecem se firmar cada vez mais. Em 2019, o presidente da China, Xi Jinping, assinou alguns tratados em terras brasileiras, firmando cerca de nove compromissos, um deles sendo o primeiro tratado assinado pela China a respeito da compra de frutas, sendo pêras frescas da China trazidas para cá e melões a serem exportados.

China e os Estados Unidos em guerra comercial

Atualmente, China e Estados Unidos travam uma guerra comercial, com efeitos que recaem em todos os países, incluindo o Brasil. O comércio brasileiro tem lucrado com a guerra comercial, sofrendo um aumento de cerca de 35% em relação ao ano anterior, em 2018, primeiro ano da guerra comercial.

Os produtos que antes eram importados dos Estados Unidos ficam caros, devido à falta de acordo entre os presidentes das duas potências, gerando o interesse chinês de fechar negócio com outros países, em busca de mão de obra mais barata.

O Brasil se tornou um substituto natural em meio aos outros países produtores e exportadores das commodities que a China buscava nos Estados Unidos, sendo as terras tupiniquins a terceira maior exportadora agrícola. Em meio a essa guerra comercial, um fator preocupante a todos é o de imprevisibilidade.

O Brasil também contribui para a movimentação de exportações chinesas. Os produtos que mais vêm para o Brasil são os manufaturados, que segundo o Ministério da Economia, em 2019, representaram 98,2% do total exportado. Nesta categoria, se encaixam produtos reconhecidos pela alta padronização e compras em grande quantidade, como autopeças e óleos combustíveis, por exemplo.

Podemos esperar um aumento na importação de carne por parte da China, para os próximos anos, mantendo o preço em alta. O preço da soja também pode ser afetado, uma vez que a China se recupera de uma crise com a produção de carne suína. A importação deste tipo de carne deve aumentar também.

Links pesquisados:

https://www.canalrural.com.br

https://g1.globo.com

https://www.cnnbrasil.com.br

https://www.fazcomex.com.br

https://ainfo.cnptia.embrapa.br

https://www.cnnbrasil.com.br

https://www.ipea.gov.br

https://g1.globo.com/economia

https://g1.globo.com/politica

https://www.orbe-ri.com

https://www.politize.com.br

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