A Região Sudeste é onde há maior concentração da produção da cana, sendo São Paulo o responsável pela maior quantidade
O Brasil é hoje o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. A área cultivada atinge aproximadamente 5,5 milhões de hectares, de acordo com estimativas do Sistema IBGE na Plataforma Digital de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), apenas 10% dessa produção destina-se à alimentação animal.
As regiões sudeste, centro-oeste e nordeste destacam-se como as maiores produtoras de cana-de-açúcar, variedade tradicional e forrageira, no Brasil.
Os dados mais recentes datam de 2017, apontando uma produção da variedade tradicional de 37 bilhões de toneladas na região sudeste e 2 bilhões nas regiões centro-oeste e nordeste, enquanto que para a espécie forrageira nas mesmas regiões foram produzidas 211 milhões e 37 milhões de toneladas, respectivamente.
Os estados de São Paulo e de Goiás, ao longo dos últimos anos, estabeleceram-se como sendo os maiores produtores da cana-de-açúcar tradicional, 354 bilhões e 69 bilhões de toneladas em 2017. Apesar disso, o estado de Minas Gerais, é aquele que detém maior número de empreendimentos produtores dessa variedade, um pouco mais de 48 mil.
Com relação a cana-de-açúcar forrageira o estado de Minas Gerais destaca-se dentre os demais estados como sendo o maior detentor de empreendimentos produtores desta espécie e consequentemente o maior produtor com um pouco mais de 5 bilhões de toneladas produzidas em 2017.
Embora a cana-de-açúcar variedade forrageira seja uma alternativa viável para a alimentação animal. Resumindo a produção da mesma é bem menor se comparada a variedade tradicional.
São Paulo detém 55% da produção de cana-de-açúcar
Se o Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, São Paulo se destaca com 55% da produção no país. O território paulista tem uma área plantada de 5,6 milhões de hectares, nos quais foram produzidos 442,3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Isso tudo geraram um montante de R$27,6 bilhões de acordo com dados da Pesquisa Agrícola Municipal – IBGE 2016.
O bom desempenho do setor se dá por conta de projetos como o Proálcool e estrutura organizacional dos produtores em torno de fontes de combustíveis alternativas ao petróleo. A maior parte das usinas paulistas podem optar por produzir açúcar ou etanol.
Condição que coloca o estado em vantagem competitiva em relação à indústria norte-americana, baseada no milho. Por exemplo nos EUA, as usinas de processamento de milho precisam primeiro produzir açúcar para a partir dele produzir etanol.
As 172 usinas instaladas no estado correspondem a 42% do total brasileiro e foram responsáveis por 56% da cana moída nacionalmente na Safra 2016/2017, de acordo com dados da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).
Responsáveis por produzir a maior parte do etanol utilizado nos veículos flex em circulação no Brasil. O motor flex revolucionou a indústria automobilística em 2003, com motores que aceitam etanol hidratado, gasolina ou a mistura dos dois.
Uma tecnologia que beneficiou o meio ambiente com menos emissão de gás carbônico e deu ao motorista a chance de escolher o melhor combustível em termos de economia.
Derivados
Etanol e açúcar não são os únicos produtos nos quais a cana-de-açúcar pode ser transformada. Em 2000, passou a operacionalizar no Brasil uma usina com capacidade de produzir 50 toneladas de plástico biodegradável derivado da cana. A tecnologia de fabricação da sua matéria-prima, o polihidroxibutirato (PHB), foi desenvolvida com participação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) do governo de São Paulo.
As pesquisas de subprodutos não param por aí. Hoje é possível transformar o caldo da cana em óleo que substitui o diesel sem necessidade de adaptação dos motores.
As cinzas podem ser substitutas da areia na fabricação de concreto e argamassa. Novas técnicas álcool químicas transformam a cana em detergentes, cosméticos e lubrificantes.
Bioeletricidade
A bioeletricidade é gerada pela queima do bagaço da cana em caldeiras. As usinas geram eletricidade para suas próprias atividades, sendo auto-suficientes e parte dessas usinas ainda produzem excedentes comercializáveis.
Maquinário varia conforme o tipo de plantio da cana-de-açúcar
As características das máquinas e implementos utilizados na cultura da cana-de-açúcar variam de acordo com o sistema de plantio, cultivo e colheita adotados.
Os sistemas utilizados no Brasil podem ser divididos em semimecanizado e mecanizado, o que muda de um para o outro, é quantos trabalhadores serão necessários, os tipos de máquinas e implementos empregados. Nas lavouras do país não há plantio totalmente manual.
O sistema semimecanizado combina o emprego de operações realizadas manualmente com máquinas. Assim, no plantio toda a operação de erradicação da soqueira e preparo do solo – subsolagem, gradagem e sulcação – é realizada mecanicamente.
Já a retirada das mudas do caminhão e seu seccionamento (picagem) são feitos manualmente. A depender do tipo do relevo, a cobertura e adubação também são manuais, de um modo geral, o trabalho é feito por maquinários.
As operações de corte e enleiramento da cana, durante a colheita com sistemas semi mecanizados, são realizadas manualmente. Enquanto as operações de carregamento e transporte são feitas por máquinas.
Os sistemas semi mecanizados, por exemplo variam de um lugar a outro do país, são ainda amplamente utilizados e representam. Atualmente, mais de 60% de toda a área plantada.
Cana-de-açúcar: a potência do Brasil
Em contrapartida, o sistema mecanizado emprega em todas as suas operações máquinas e equipamentos desenvolvidos especialmente para a cultura de cana. Para o plantio, há diversos tipos de máquinas, como as que picam as mudas e fazem sua distribuição no sulco. Esses implementos empregam, geralmente, um maior número de pessoas para realizar a alimentação das bicas.
São implementos tracionados por trator e máquinas autopropelidas, que fazem desde a abertura do sulco até a distribuição das mudas, adubação e cobertura do sulco em uma única operação. Nas colheitas os sistemas empregados são mecanizados com operações de corte, carregamento e transporte.
Boa parte das usinas brasileiras adotam sistemas mecanizados, a outra minoria ainda empregam sistemas mistos a depender do declive do terreno destinado ao plantio e mão-de-obra.
Alguns dos maquinários são facilmente encontrados na plataforma do Buscar Rural, que oferece uma quantidade variada de equipamentos, com preços acessíveis que podem ser pagos com o Rural Pago. Para tanto, basta baixar o aplicativo do Buscar Rural, disponível para IOS e Android, em sua loja de aplicativos.
Processo de colheita da cana-de-açúcar
Os processos convencionais de colheita manual ou mecânica, com ou sem queima prévia. Eles visam apenas o aproveitamento dos colmos – um tipo de caule – e estão constituídos de uma sequência de operações simples que incluem o corte da base, do ponteiro e a picagem ou enleiramento dos colmos. Em ambos os casos, o aproveitamento da palha não faz parte do processo de colheita.
No caso de colheita de cana crua sem queima prévia, dificulta o trabalho do cortador e reduz a quantidade de cana a ser colhida. Certamente, isso inviabiliza economicamente a operação.
Sistema de colheita mecânico
No sistema semimecanizado existe uma grande variedade de carregadores, sendo que a maioria é montada sobre tratores modificados especialmente para receber este equipamento, como os triciclos autopropelidos, utilizadas em regiões de grande declividade. O transporte da carga até a usina é realizado por caminhões simples, com duas caçambas Roll on Roll off Migra, usadas no caminhão Romeu e Julieta.
Nos sistemas mecanizados de colheita, toda a cana que passa pela colhedora é lançada no veículo de transbordo. Um implemento tracionado geralmente por tratores, cuja função é retirar a matéria-prima colhida de dentro do talhão e transborda-la aos caminhões até à usina.
Sistemas de cultivo da cana
Na preparação do solo é preciso contar com um arado de disco ou arado de aiveca para a inversão do solo e grades para quebrar torrões, nivelar o terreno e romper a camada superficial compactada. Nessa etapa ocorre a aplicação de calcário e gesso, se necessário.
No processo de reforma do canavial, utiliza-se o subsolador para romper camadas sub-superficiais compactadas devido ao tráfego intensivo de máquinas e equipamentos durante os anos anteriores.
Além disso na etapa do trato da soqueira utiliza-se implemento montado no trator, que realiza a chamada tríplice operação (escarificação, adubação e cultivo), seguida pelo controle químico com herbicida após, aproximadamente, 30 dias da operação mecânica.
Fase importante do processo de plantio a pulverização se dá, 30 dias após o surgimento das primeiras folhas, em média.
Outra prática comum no setor sucroalcooleiro, é a aplicação de maturadores vegetais para a maturação da cana. Para assim, antecipar a disponibilidade de matéria-prima pronta para industrialização, com aplicações realizadas por aviões agrícolas. Não pode faltar a adubação de cobertura ser realizada com adubadora automotriz, montada ou tracionada por trator.
Como a cana-de-açúcar é transformada em açúcar
A moagem é um processo de extração do caldo que consiste em fazer a cana se transformar em açúcar. A cana deve passar entre dois rolos, com uma pressão pré-estabelecida aplicada a eles.
A moenda deve extrair o caldo, como também produzir bagaço, no final do processo, com um grau de umidade que permita sua utilização como combustível nas caldeiras.
De acordo com o site Novacana, a moenda é, normalmente, formada por quatro a sete ternos em série.
Após a passagem pelo primeiro destes ternos, a proporção de caldo em relação à fibra cai de aproximadamente sete para algo entre 2 a 2,5, ficando difícil extrair este caldo residual; o artifício usado é o que se chama de embebição.
A embebição pode ser simples, composta e com recirculação, sendo o tipo composto o mais usado.
Neste caso, a água é injetada na camada de cana entre os dois últimos ternos e o caldo de cada terno é injetado antes do terno anterior até o segundo terno.
Normalmente, o caldo extraído no primeiro terno é enviado para a fábrica de açúcar (por ser de melhor qualidade) e o restante do caldo vai para a destilaria. Portanto, a eficiência de extração de açúcares varia de 94,0% a 97,5% e a umidade final do bagaço é em torno de 50%.
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