Com vastas áreas, o Brasil é um dos mais ricos em território rural para quem quer investir em alguma propriedade rural, como hotéis rurais, chácaras, sítios ou fazendas. No aplicativo do Buscar Rural não faltam propriedades para agradar todos os gostos, e claro, com preços igualmente atrativos. E os preços também, por óbvio, variam de mil a milhões de reais. É possível comprar desde um simples terreno “nu”, em chácaras, sítios ou fazendas com áreas de plantio, de pastagem, casas sedes, armazéns, cascatas, rios, e muita infraestrutura para dar início ao seu empreendimento rural.
A oferta de vastas áreas no campo, veio a suprir uma realidade que vinha sendo relegada a segundo plano, que era o convívio com a vida rural. Algo que para muitos era sinônimo de aposentadoria, hoje com a tecnologia está ao alcance de todos. Na prática, o êxodo rural para os centros urbanos teve início, principalmente, os de grande porte, no início dos anos de 70 e acentuado nos anos 80, provocou uma espécie de ruptura entre a vida urbana e a do campo.
O advento de investimento em hotéis fazendas no mercado nacional também propiciou aos hóspedes e aos investidores o redescobrimento da zona rural. O que logo ganhou o gosto das pessoas ávidas por se refugiarem da rotina atribulada que levam nos centros urbanos, tirando proveito de um cenário bucólico.
Pandemia não freou crescimento do mercado imobiliário
Com a crise enfrentada entre os anos de 2015 e 2017, o mercado imobiliário começou a ganhar fôlego em 2019 e no ano seguinte apesar da pandemia de coronavírus experimentou aceleração, contrariando o desaquecimento na economia que atingiu outros setores. O ramo de imóveis vem mostrando resiliência com sinais de recuperação desde o fim do segundo trimestre do ano passado, mantendo as perspectivas ao longo de 2021.
A oferta de crédito imobiliário e manutenção da taxa de juros em níveis atrativos puxaram os resultados do segmento imobiliário. Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apontam para um aumento de 27,1% das vendas de imóveis no primeiro trimestre de 2021 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os estoques, por outro lado, caíram 14,8%, atingindo o patamar mais baixo já registrado desde janeiro de 2016.
Diferentes motivos explicam esse aquecimento percebido desde o ano passado, durante o pico da pandemia. No contexto nacional, a alta disponibilidade de crédito foi um incentivo para que os consumidores buscassem um imóvel – segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), 2020 teve um crescimento de 57,5% nos valores financiados em comparação com o ano anterior.
Agricultura familiar é responsável por levar renda a milhões de produtores
Além disso, os juros baixos facilitaram o lançamento de empreendimentos ao mesmo tempo em que atraíram compradores e investidores, que viram na aquisição de imóveis ou de fundos imobiliários uma opção com melhor rendimento e segurança do que outras modalidades de aplicação financeira.
Segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) relativa à novembro, a utilização da capacidade operacional no setor atingiu 63% no período, o maior nível desde dezembro de 2014. A sondagem mostra ainda que a confiança dos empresários permanece em alta no setor.
Com a taxa básica de juros (Selic) em mínima histórica, o ambiente está favorável para a compra de imóveis, inclusive propriedades rurais. Embora a pandemia tenha devastado a economia, o setor tem atuado de forma extremamente resiliente, com retomada rápida e números surpreendentes.
Acordo Mohonk orienta investir em propriedade rural sustentável
É importante saber que ao investir numa área rural e, eventualmente, transformar uma fazenda num hotel é preciso saber diferenciar dois conceitos básicos: turismo sustentável e ecoturismo. O Acordo de Mohonk (EUA), assinado por 20 países em 2000, define esses dois conceitos: Turismo Sustentável é aquele que busca minimizar os impactos ambientais e socioculturais, ao mesmo tempo em que promove benefícios econômicos para as comunidades locais e destinos (regiões e países). Já o outro conceito, refere-se ao Ecoturismo: É o turismo sustentável em áreas naturais que beneficia o meio ambiente e as comunidades visitadas, promove o aprendizado, respeito e consciência sobre aspectos ambientais e culturais.
Para atender os termos do acordo Mohonk para o turismo sustentável um propriedade rural, na condição de empresa turística, deve promover o manejo ambiental; incentivar a venda de produtos responsáveis e autênticos que atendam a expectativas realistas; propiciar a retroalimentação de sua clientela; saber avaliar eventuais impactos negativos sociais, culturais, ambientais e econômicos, inclusive estabelecendo estratégias para manejo e mitigação; os funcionários devem ser capacitados, educados, responsáveis e ter conhecimento e consciência sobre manejos ambiental, social e cultural; controlar a emissão de ruídos e gases.
Tecnicamente, a Organização Mundial do Turismo (OMT) classifica a propriedade rural como um estabelecimento de alojamento coletivo, com serviços complementares à arrumação do quarto.
É preciso fazer um plano de negócios
Uma etapa crucial para quem pensa em investir numa propriedade rural, é preparar um plano de negócios. Nele, o empreendedor terá que traçar quais serviços e produtos pretende produzir para tornar o investimento rentável.
Fora isso, terá que elencar os recursos financeiros que dispõe para colocar o negócio em prática e a quantidade de pessoal que será necessária para dar o andamento da empresa.
Para desenvolver o planejamento, é necessário juntar todos os investimentos de material, equipamento, pagamentos de funcionários e maquinário. Um passo importante é fazer uma pesquisa sobre o público-alvo que irá frequentar a propriedade rural e realizar um estudo de mercado para conhecer a concorrência.
Recomenda-se que o empreendedor elabore um plano de comunicação do negócio e o coloque em prática pelo menos três meses antes de começar a operar.
Localização da propriedade rural
Escolher bem a área geográfica onde está situada a propriedade rural é outro requisito fundamental para o sucesso e satisfação do negócio. É necessário que o empreendedor defina o que quer fazer e em qual tipo de empreendimento irá transformar a área a ser adquirida. Neste caso, definir o público-alvo que se pretende atingir e atender. Com isso em mãos, ficará mais fácil escolher a região a adquirir a propriedade.
É preciso pensar nas facilidades de acesso, para o escoamento do que for produzir, ou mesmo apenas de chegar e sair do local. Portanto, priorizar locais que sejam atendidos por uma boa malha viária, tanto asfáltica quanto vicinais, é fundamental.
Mas uma boa localização viária não implica que a propriedade rural tenha de estar às margens de rodovia, pois isso, tiraria o charme de oferecer um local com tranquilidade.
Estar localizado em uma região com abundância de água com nascentes, e se é um bom ponto estrutural relevante para quem quer investir na área para entretenimento.
Por isso, pesquisar propriedade nas proximidades de rios e cachoeiras é um bom passo para o empreendimento rural.
Mão de obra e burocracia
O local influência também na contratação de mão-de-obra, caso seja este o objetivo. E se a região for de difícil acesso, isto pode dificultar o deslocamento de grupos de colaboradores para a propriedade rural. Desta forma, será importante estar a uma distância razoável de cidades, mas que possibilite fácil locomoção de funcionários e pessoas diversas até o empreendimento.
É necessário também ficar atento aos aspectos legais e regularizações de acordo com as licenças exigidas. Antes de fechar o contrato, deve-se consultar a prefeitura para confirmar se o seu proprietário rural poderá funcionar naquele endereço escolhido. Verifique quais são as restrições do município para os planos da Lei de Zoneamento e do Plano Diretor da cidade.
Fontes: Sinduscon-PR, Exame, Abertura Simples e Sebrae