A exportação cresceu 25,3%, no início do primeiro trimestre. É o melhor resultado do mês na série histórica iniciada em 1997, segundo o Governo.
O Brasil é reconhecido por ser um país sem maiores dificuldades para produção agropecuária, resultando em boas colheitas e nas grandes somas de venda de grãos, como soja e arroz. Por isto mesmo é reconhecido mundialmente por suas commodities, o Brasil tem uma forte presença no mercado comercial. Confira o andamento das exportações durante a pandemia e quais são as previsões para 2022, no texto abaixo, e atualize-se sempre que precisar, sobre as cotações das principais commodities, no site do Buscar Rural, onde trazemos os movimentos da balança comercial, sempre em dia.
Como o Brasil iniciou as exportações de 2022?
O Brasil iniciou o ano com o terceiro maior valor, para o comércio exterior, para o mês e o maior valor contabilizado desde janeiro de 2014, que contava com US$ 20,2 bilhões. As exportações de janeiro alcançaram US$19,67 bilhões.
Os grandes destaques entre os produtos exportados foram bens agropecuários, com 97,5% de crescimento no mês. Dentro da indústria extrativa, os embarques diminuíram 18,6% devido à baixa nas vendas de minério de ferro, impossibilitadas devido às chuvas que não param de cair desde o início do verão, em todo o território nacional. De acordo, com a explicação do subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão, “questões climáticas, como o excesso de chuva, afetam o escoamento do minério de ferro”.
A exportação de soja gerou ótimos resultados para o país, representando 2,45 milhões de toneladas em exportações, ou US$1,24 bilhões, que são valores recordes para o mês de janeiro. De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura (SCRI/MA), há uma demanda mundial crescente pela soja, devido à retomada da produção e consumo de proteína animal no mundo. Entre os países que mais importaram soja também estão os da União Europeia e Vietnã, com respectivamente 159,8 mil e 136,7 mil toneladas importadas.
Amendoim, uma potência da exportação!
O segundo maior exportador do agronegócio foi o setor de carnes, com US$1,61 bilhão, em janeiro deste ano. A principal carne exportada foi a bovina. Houve redução na importação de carne suína pela China, uma vez que o país conseguiu recuperar seus rebanhos de porcos. Mesmo assim, a China segue como maior importador de carne suína brasileira in natura, contando com 44% nos volumes exportados.
O trigo fez sucesso com os investidores da Ásia, como Arábia Saudita, importando 218,92 mil toneladas, Marrocos, com 180,6 mil toneladas e Indonésia, com 141,1 mil toneladas. A alta nas exportações gerou um valor recorde de US$ 190,93 milhões.
As exportações no setor cafeeiro registraram US$ 719,21 milhões de vendas, tendo um aumento do preço médio de exportação de mais 73%. O café exportado é o verde, que é o café armazenado antes da torra. Além do café verde, também tivemos exportações de café solúvel. Os preços médios no setor de exportação atingiram US$3.700 por tonelada, representando aumento de 76,1%. As vendas externas de café solúvel chegaram a US$54,15 milhões.
Projeções para a exportação no decorrer de 2022
O destaque nas exportações do mês de janeiro foi a soja, com US$2,12 bilhões. A previsão é de que um dos nossos maiores clientes, a China, importe mais de 100 milhões de toneladas ao longo deste ano. Em 2021, o Brasil fechou a balança comercial com superávit de US$61 bilhões.
A previsão do Banco Central para o ano de 2022, feita em dezembro de 2021, é de que a balança comercial feche com um superávit de US$52 bilhões. O número do superávit previsto pelo governo anteriormente era de US$79,4 bilhões, mas o secretário de comércio exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz informou que a cada trimestre é feita uma atualização das projeções.
A temporada brasileira de 2021/2022 de milho deve ter início com preços internos acima da média histórica. De acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, o Cepea, no primeiro semestre deste ano, os estoques baixos e a demanda firme podem limitar a possibilidade de quedas expressivas nas cotações. Na segunda metade do ano podemos ter uma certa pressão a respeito dos valores, caso as projeções de oferta da segunda safra sejam elevadas. A Companhia Nacional de Abastecimento, Conab, indica produção total de milho de 117,18 milhões de toneladas, um número recorde e 34% maior que a temporada de 2020/2021.
Em artigo, o coordenador científico do Cepea, Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros afirma que as exportações devem manter seu desempenho mesmo que os preços internos sofram queda moderada. O coordenador ainda destaca: “São bem conhecidas e reconhecidas a competitividade e a resiliência do agronegócio brasileiro”.
Exportação durante a pandemia
As exportações brasileiras de soja somaram US$30 bilhões em 2020, e registraram nos últimos 20 anos, US$346 bilhões. A soja é uma commodity brasileira muito exportada. De 2000 a 2020, o Brasil foi o segundo maior produtor e exportador de soja, sendo o país que responde por 50% do comércio mundial da oleaginosa. Além da soja, o Brasil também é um grande produtor de milho, ficando em 3º lugar na posição mundial, superado apenas pelos Estados Unidos e a China. Ainda em 2020, os produtores brasileiros de milho exportaram 38 milhões de toneladas, total que representa 19,8% das exportações.
No ano passado, uma pesquisa da Embrapa revelou que o Brasil é o 4º maior produtor de grãos, ficando atrás da China, Estados Unidos e Índia. Apesar de estar em 4º lugar na produção mundial, representando 7,8%, o Brasil é o segundo maior exportador de grãos do mundo. Houve também crescimento na exportação no setor extrativista, registrando 62,4% de vendas, incluindo minério de ferro (72,9%) e petróleo (54,3%), além do crescimento de 22,2% na exportação de produtos agropecuários, especialmente a soja, com 35,3% de aumento.
Encerrando o ano de 2021, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$61 bilhões, que superou o recorde de US$56 bilhões do ano de 2017. As exportações cresceram em preço, sendo 28,3%, e quantidade exportada, com 3,5%, com relação ao ano anterior. O aumento foi notado em áreas como Estados Unidos, representando 44,9% das exportações, Mercosul, com 37%, Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), com 36,8%, União Europeia registrando 32,1% e China, com 28%. Nas exportações, comparadas as médias entre dezembro de 2020 com dezembro de 2021, o crescimento foi de 26,3%.
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