soja: safra terá alta de 2,3% aquecendo exportações

Soja: safra terá alta de 2,3% aquecendo exportações

As expectativas para o plantio e a produção da soja, neste ano, e em 2022, são de recordes absolutos. Segundo a última estimativa divulgada em julho, pela consultoria Safras & Mercado, que é a consultoria líder do agronegócio brasileiro, deverão ser plantados pelos produtores brasileiros de soja 39,82 milhões de hectares,  na safra 21/22,  cuja plantação já começa em setembro.
Isto representa uma alta de 2,3% comparada com o ciclo anterior, o que configura a maior área plantada da história, conforme o primeiro levantamento de intenções de plantio feito para a nova temporada.

A produtividade passa de 3.542 quilos para 3.590 quilos, por hectare. E com isto, a produção nacional deverá atingir 142,24 milhões de toneladas. Ou seja, 3,7% maior que o recorde de 137,19 milhões obtido neste ano.

Cenário rentável

O cenário de grande rentabilidade registrado ao longo de 2020 e 2021, está atrelado à manutenção de preços elevados no segundo semestre deste ano, é listado como principal fator de incentivo para um novo crescimento da área brasileira de soja.

A oleaginosa ganhará terreno frente à abertura de novas áreas e recuperação na utilização de pastagens degradadas, mas o avanço no plantio é um pouco menor em relação a ciclos anteriores porque o milho também tem registrado boas margens e deve se expandir na safra de verão.

O que se desenha é que o maior aumento percentual de área deverá novamente ficar com a região Norte, onde a fronteira agrícola encontra mais espaço para crescimento. Entre os principais estados produtores, destaca-se o Mato Grosso, que mesmo com a maior área semeada no país, deverá registrar uma elevação no período.

Segundo a Safras, o avanço de área estimado para Mato Grosso é de 3,5%, para 10,82 milhões de hectares. Ao todo, o Centro-Oeste deve responder por 18,18 milhões de hectares plantados, alta de 3,2%. Na região Norte o aumento projetado é de 4,1%, para 2,43 milhões de hectares.

Safra de grãos deve atingir recorde de produção

A safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas deve alcançar o recorde de 258,5 milhões de toneladas em 2021, segundo a estimativa de junho do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pelo terceiro mês consecutivo, há queda na estimativa mensal. Apesar dessa retração em relação à estimativa de maio, a produção deste ano deve ser 1,7% superior à de 2020, que alcançou 254,1 milhões de toneladas.

Segundo o IBGE, houve queda de 1,6% em relação à última estimativa, o que representa 4,2 milhões de toneladas a menos. Assim como nos dois meses anteriores, a diminuição se deve principalmente, ao declínio na segunda safra do milho. Em junho, essa safra teve queda de 4,1 milhões de toneladas (-5,6%) frente à última previsão.

Colheitadeiras de soja trabalhando, soltando os grãos em caçamba
Colheitadeiras de soja trabalhando.

Falta de chuvas pode afetar produção

De acordo com o analista da pesquisa, Carlos Barradas, analista da pesquisa do IBGE,  a retração é explicada pela redução da janela de plantio do grão e pela falta de chuva em alguns estados produtores, como Goiás, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul.

Com a falta de chuvas acabou ocorrendo um atraso no plantio, mas que não compromete de forma significativa a próxima colheita. Mas o fato é que, segundo Barradas, ocorreu um atraso no plantio da segunda safra do milho, em consequência da demora na colheita da soja.
Devido a isto, houve uma redução da janela de plantio, em face a falta de chuvas.  Prejudicando a safra colhida. “Com isso, em junho, a segunda safra do milho ficou ainda mais reduzida por causa da continuidade do clima seco nessas regiões”, disse em nota.

Chuva deve aparecer

A boa notícia é que chuvas que já deram sinais no início de setembro, vão continuar, a julgar pelas previsões meteorológicas, vão preparar o solo para o plantio da soja, que deve se iniciar em breve, na região Sul do Brasil, a saber os estados do Rio Grande do Sul. Santa Catarina e Paraná ainda estão com baixos volumes de chuvas.

Seguindo o levantamento observa-se que os produtores brasileiros de soja deverão semear 39,82 milhões de hectares na próxima temporada, que será plantada a partir deste mês, alta de 2,3% ante o ciclo anterior, configurando a maior área da história, estimou a consultoria Safras & Mercado em seu primeiro levantamento de intenções de plantio para 2021/22.

Com uma possível elevação de produtividade, de 3.542 quilos para 3.590 quilos por hectare, a produção nacional deve atingir 142,24 milhões de toneladas, 3,7% maior que o recorde de 137,19 milhões obtido neste ano.

O mercado da soja está em atenção total à Bolsa de Chicago, devido à passagem do furacão Ida, que causou vários estragos nas plantações norte-americana, e pode afetar os envios realizados à China. Portanto, a cautela tem sido alta, bem como as constantes modificações nos números divulgados, em relatórios feitos semanalmente, pelos órgãos de controle de safras.

No intuito de evitar prejuízos, têm sido elevado o investimento dos produtores de Mato Grosso, por exemplo, na aquisição de máquinas agrícolas para acelerar a produção no campo, e o investimento em tecnologia no campo, para dar conta de atender sem dificuldade a demanda mundial dos grãos, que só tem aumentado.  Daí, porque o recorde esperado para a exportação da safra de soja, neste ano, e no próximo.

Exportação de soja está em alta

Com a demanda aumentada pela maior importadora de soja do Brasil, a China, a exportação de soja do Brasil, em 2021 também deve atingir um recorde de 86,7 milhões de toneladas. E, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), com isto eleva em um milhão de toneladas a projeção que havia sido divulgada em junho passado.

A Abiove ainda reduziu a previsão de estoques finais de soja do país neste ano em 1 milhão de toneladas, para 4,16 milhões de toneladas, após alta na expectativa de exportação.

Contudo, quando analisa os números do estoque de grãos, o economista-chefe da Abiove, Daniel Amaral, acredita que os números poderiam subir mais, caso o governo decida não retomar o patamar de mistura de biodiesel no diesel para 13% (B13), nível este que foi reduzido para B10 nos últimos dois certames por conta de uma escalada de preços.

“A China está demandando mais produto”, afirmou Amaral, que é economista da Abiove,  à agência de notícias Reuters, ao explicar a revisão nos embarques do país, maior produtor e exportador da oleaginosa, após as vendas externas no primeiro semestre terem superado 60 milhões de toneladas.

Projeções

Se a nova estimativa se confirmar, a exportação de soja brasileira superará em 4,5% a registrada em 2020, batendo o recorde anterior de 2018 (83,25 milhões de toneladas), conforme a Abiove.

Em agosto, as exportações brasileiras de soja totalizaram 6.499 milhões de toneladas, segundo os dados divulgados pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior), superando as expectativas do mercado.

Além das projeções, o volume foi ainda maior do que o registrado no mesmo período de agosto do ano passado, quando o país embarcou 5.84 milhões de toneladas da oleaginosa. O preço médio da tonelada foi de US$ 485,80, contra US$ 353,60 do ano passado, neste mesmo mês.

Soja em grão, farelo e óleo  lideram exportações

Assim, no acumulado de 2021, de janeiro a agosto, o Brasil já exportou 76,5 milhões de toneladas de soja, frente a 74,5 milhões de toneladas no mesmo período de 2020.

Além da soja em grão, também vai bem a exportação de farelo e óleo, totalizando o volume das vendas externas do complexo soja de 90 milhões de toneladas, também maior na comparação anual, quando as exportações brasileiras somando grão, farelo e óleo de soja somavam 87,8 milhões de toneladas.

Nos primeiros oito meses de 2021, afinal, o Brasil já exportou 12,3 milhões de toneladas de farelo e 1,2 milhão de toneladas de óleo, contra 12,2 milhões e 1,1 milhão de toneladas no mesmo período de 2020. O mercado comemora como sendo volumes recordes para a soja em grão, para os produtos e, consequentemente, para o complexo soja.

Setembro ainda deve ser um bom mês de embarques para a soja em grão, com alguns negócios já efetivados pelos produtores brasileiros. De outubro em diante, o ritmo pode perder um pouco de força, já que há poucos novos negócios se efetivando para embarques mais alongados.

Demanda interna

Por outro lado, acredita-se que a força da demanda interna no segundo semestre, que tende a ser mais forte, deve acirrar a disputa com a soja exportada nos próximos meses, como tradicionalmente acontece.

O Brasil deve registrar recorde na produção de ração este ano e isso vai exigir mais farelo ainda. O desempenho das exportações das principais proteínas animais segue forte e puxa o setor de alimentação animal, consequentemente o da oleaginosa e do milho.

Até fevereiro do ano que vem, quando a nova safra de soja começa a chegar ao mercado, o segmento brasileiro  deve ter entre 26 e 27 milhões de toneladas para ser comercializadas e o foco deve continuar sendo o mercado interno.
Já é possível registrar diversas regiões do país onde o interior paga melhor do que a exportação, principalmente no Centro-Oeste, e este também é um movimento que deve ganhar espaço.

Nova safra de soja  e cotações do mercado

Os novos negócios estão tímidos diante do foco do produtor no início da nova safra.

O começo de setembro marca o mês em que terminam os períodos de vazio sanitário nos dois maiores produtores de soja do Brasil, Mato Grosso e Paraná, com o começo dos trabalhos de campo previstos para 15 e 10 de setembro.

Os produtores estão capitalizados neste momento e cautelosos na observação de quais rumos o mercado tende a tomar daqui pra frente.

E nos últimos dias, a combinação de quedas em Chicago e do dólar também afastaram os vendedores do mercado, uma vez que as cotações em todo o interior do país foram pressionadas pela combinação.

Brasil é o maior produtor de soja do mundo e safra deve bater recordes

Logo no início do mês, as quedas chegaram a 5%, como no caso de Maracaju, no Mato Grosso do Sul, levando a saca para R$ 152,00. Em contrapartida, em Sorriso (Mato Grosso), houve alta de 2,50% no mercado disponível, para R$ 164,00 por saca.

Com a desvalorização do dólar no período, o indicador do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) para o preço disponível da soja em Mato Grosso registrou queda de 1,78% no comparativo semanal.

O comportamento da demanda chinesa tem chamado muita atenção do mercado neste momento, principalmente em função das margens de esmagamento muito ajustadas no país.

Na primeira metade do ano comercial 2020/21 dos EUA, a nação asiática fez boas compras de soja e ajudou a puxar os futuros da oleaginosa na Bolsa de Chicago de forma bastante consistente, ajudando as cotações a alcançarem, recentemente, suas máximas em nove anos.

Embora tal ritmo de compras de soja venha perdendo força diante de um período de dificuldades vivido pela suinocultura local.

Na verdade, tem ocorrido uma queda nas margens do setor de suínos, uma tendência de ampliação do uso de cereais com maior teor de proteína e também um aumento da oferta interna de grãos substitutos, via leilões do governo.

Fonte: Revista Globo Rural, Agencia Brasil, Forbes  e Sna.agr

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