gado de corte brasil tem potencial para ser maior produtor do mundo

Gado de corte: Brasil tem potencial para ser maior produtor do mundo

16 tipos de gado de corte se espalham pelo País

A produção de carne bovina é uma das atividades econômicas mais importantes do Brasil. Para os pecuaristas, a prática tende a ser bastante rentável, desde que alguns cuidados sejam tomados e certos pontos avaliados. Conhecer bem as raças de touro é fundamental para entender o quanto as características dos animais impactam a produção.

 

Isso porque cada linhagem se adapta de maneira diferente aos diversos biomas brasileiros e apresenta resultados ímpares de produção — fruto dos melhoramentos genéticos.

 

O Brasil deverá produzir 9,85 milhões de toneladas de carne bovina (em equivalente carcaça) em 2022, segundo informações divulgadas pelo boletim Grain Report, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O volume deve superar as 9,5 milhões de toneladas registradas em 2021.

 

Para atingir esse volume, o país deve abater 37,7 milhões de bovinos em 2022, acima dos 36,3 milhões de animais registrados em 2021

.

A previsão é de que o país exporte 2,6 milhões toneladas de carne bovina em 2022, superando as 2,32 milhões de toneladas embarcadas no ano passado. O consumo interno deve ficar em 7,312 milhões de toneladas neste ano, à frente das 7,24 milhões de toneladas demandadas em 2021.

 

Principais raças de gado de corte no Brasil:

 

  1. Angus

A raça Aberdeen Angus é uma das mais conhecidas do Brasil, tendo grande destaque nos mercados de carne bovina nacional e internacional. A qualidade da carne é a principal responsável por esse reconhecimento, já que ela apresenta excelente habilidade para o marmoreio, além de uma cobertura de gordura espessa e uniforme.

A raça, originária da Escócia, tem uma carne de qualidade, com 3mm a 6 mm de espessura de gordura e alto grau de marmorização, atendendo tanto o mercado interno como o externo. Ainda que muito bem-adaptada ao clima do pampa gaúcho, ela responde de maneira igualmente produtiva em regiões mais quentes do país.

 

  1. Nelore

O Nelore é uma raça bovina originária da Índia. Esses animais foram trazidos para o Brasil com o objetivo de melhorar o gado nativo e constituem a raça que mais recebe seleção, resultando em ótimos índices produtivos.

Calcula-se que cerca de 80% do rebanho nacional de corte, 80% do rebanho nacional de corte seja composto por bovinos Nelore e anelorados, sendo a raça predominante nas fazendas da região central do país. Esses animais grandes alcançam bom desenvolvimento e são direcionados exclusivamente à produção de carne.

 

  1. Brahman

O Brahman teve origem nos EUA e é resultado de cruzamentos entre importantes raças zebuínas, que tiveram início com um gado brasileiro predominantemente Guzerá, com participação de Gir e de Nelore. As seleções visavam ao desenvolvimento de animais tolerantes à umidade, ao calor, aos endo e ectoparasitas e a determinadas doenças.

 

  1. Brangus

O Brangus é uma raça fruto dos cruzamentos entre Brahman e Aberdeen Angus, aprimorados simultaneamente nos EUA, no Brasil, na Austrália e na Argentina. As seleções tinham como objetivo aumentar a rusticidade das raças europeias e diminuir a vulnerabilidade a parasitas, com a contribuição das raças zebuínas.

 

  1. Senepol

O Senepol tem uma história recente no Brasil, já que chegou aqui nos anos 2000. Mesmo assim, o país já é referência no melhoramento genético da raça, e a carne tem sido cada vez mais encontrada nos frigoríficos nacionais.

 

  1. Hereford

A raça tem origem na Inglaterra, mas os primeiros exemplares chegaram ao Brasil pela Argentina e pelo Uruguai. A sua performance, combinada à praticidade no manejo, torna esses animais muito populares em várias regiões do mundo, reconhecidos como raça básica.

 

  1. Caracu

O Caracu tem procedência direta de antigas raças de touro ibéricas e portuguesas e está no Brasil desde o período colonial. Após quatro séculos sendo criados sob condições adversas, como clima forte, alimentação escassa e parasitas diversos, a seleção natural moldou animais rústicos. Assim, suas características revertem boa rentabilidade para os criadores.

A logística rural é viga mestra para o sucesso do agronegócio no mundo

  1. Charolês

A raça Charolês tem origem francesa, especificamente no distrito de Charolles, onde foi criada para fornecer carne de excelente qualidade e palatabilidade. Os animais também sempre foram utilizados como força de tração, pois são musculosos, grandes e pesados.

 

  1. Guzerá

De origem indiana, Guzerá é outra raça de gado de corte que também tem aptidão para a produção leiteira. Foi a primeira raça zebuína introduzida no Brasil, em 1870, com o objetivo de arrastar pesadas carroças de café pelas íngremes colinas do Rio de Janeiro, além de fornecer carne e leite.

 

  1. Tabapuã

O Tabapuã surgiu do cruzamento entre as raças Guzerá, Nelore e Gir e é conhecido como o “zebu brasileiro”. O nome faz referência ao local de origem da raça, no interior do estado de São Paulo. Entre as características mais marcantes do Tabapuã, estão a precocidade, a fácil fertilização e a docilidade.

 

  1. Simental

O Simental tem origem na Suíça, mas as aptidões desse gado logo o tornaram economicamente muito importante, sendo hoje uma raça de touro cosmopolita. Dentre as linhagens desenvolvidas, destacam-se: Suíça, Alemã, Austríaca, Canadense, Francesa, Americana e Sul-Africana.

 

  1. Limousin

Essa raça de touro também leva o nome da província de origem, que fica no Sudoeste da França. Proveniente do melhoramento genético da antiga raça Garoneza, era utilizada para tração animal; hoje, uma das características que mais chamam a atenção dos criadores é a facilidade de parto.

 

  1. Chianina

O Chianina é famoso pelo seu porte notável, sendo uma das maiores raças de gado do mundo tanto em tamanho quanto em peso. Os touros podem ter 1,80 m de altura e atingir 1.300 kg de peso vivo, podendo ganhar surpreendentes 1,2 kg de peso por dia.

Inseminação de bovinos

  1. Devon

Tida como uma das mais antigas raças de gado de corte, a Devon é de origem britânica. É conhecida pelo marmoreio superior e pela alta maciez da carne, que também é considerada uma das melhores do mundo.

 

  1. Belgian Blue

O Belgian Blue, ou Azul Belga, teve origem na Bélgica Central a partir de cruzamentos de raças de gado locais, como Shorthorn e Charolês, em busca de animais com maior musculatura. Hoje, o que mais chama a atenção nesses animais é, sem dúvidas, o seu porte.

 

  1. Wagyu

A raça Wagyu é famosa pelo elevado grau de marmoreio e maciez da carne, características até então inigualáveis. A excelente conversão alimentar e a maior capacidade de depositar gordura entre as fibras musculares dão o notável sabor à carne, que é a mais valorizada do mundo. A raça foi desenvolvida no Japão, a partir de cruzamentos de Simental.

 

Gado leiteiro

A cadeia produtiva do leite e derivados é um setor de grande importância econômica e social para o Brasil, recebendo dedicação especial do MAPA. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de leite, com mais de 34 bilhões de litros por ano, com produção em 98% dos municípios brasileiros, tendo a predominância de pequenas e médias propriedades, empregando perto de 4 milhões de pessoas.

 

O país conta com mais de 1 milhão de propriedades produtoras de leite e as projeções do agronegócio da Secretaria de Política Agrícola estimam que, para 2030, irão permanecer os produtores mais eficientes, que se adaptarem à nova realidade de adoção de tecnologia, melhorias na gestão e maior eficiência técnica e econômica.

Conheça três grandes raças de gado de leite no Brasil, bem como algumas de suas características e as regiões onde estão:

 

Raça Holandesa

Saiba que 76% dos maiores produtores de leite usam a Holandesa no país e 38% deles ficam no Sudeste.

 

É a raça de vacas que mais produz leite em volume. por isso, é conhecido como o melhor gado leiteiro do mundo. Porém, a alta produção pode variar, pois o gado é europeu. A adaptação a climas quentes é difícil. A vaca reproduz mal e produz pouco em temperaturas desagradáveis.

 

A raça tem grande porte, mas as vacas-leiteiras são mansas. Isso permite três ou quatro ordenhas diárias. Durante seus 305 dias em lactação, produzem uma média de 6 a 10 mil quilos de leite.

 

Raça Gir Leiteiro

A raça Gir tem dupla aptidão. É usada na produção de carne e de leite. Mas há variedades certas para cada fim.

O gado Gir Leiteiro é uma raça zebuína, assim, ajusta-se bem aos climas típicos do Brasil. Entre todas as raças, é a de maior produção em clima tropical.

A Associação de Gir Leiteiro informa a média de 3,6 mil quilos de leite em 305 dias de lactação. Alguns dados apontam para o primeiro parto aos 34,5 meses. A variação pode ocorrer entre 27 e 48 meses. Tem produção razoável de leite até os 15 anos de idade.

 

Raça Girolando

É o mestiço do Brasil. Nasce do cruzamento do Gir Leiteiro com o gado Holandês.

Por causa da herança zebuína Gir, a raça de gado Girolanda se adapta a condições diversas. Climas, manejos, sistemas de produção e estações do ano. Ele também tolera altas temperaturas sem estresse corporal. E, além disso, é rústico.

A produção média foi de 5.671 quilos de leite por vaca em 305 dias até 2019. A primeira cria vem na idade média de 33 meses. Mas pode variar dos 17 aos 53.

 

Principais raças para produção de sêmen

 

Nelore e Angus são as raças preponderantes na inseminação artificial bovina brasileira e ambas devem continuar essa prevalência uma vez que cada vez mais produtores começam a mesclar as duas raças, combinando a rusticidade e produtividade do nelore com a precocidade e qualidade de carne do Angus.

 

“Os mercados de exportação, em alta, a demanda crescente e as valorizações da arroba do boi gordo e do bezerro reforçam o bom momento do mercado e a excelente performance dessas duas raças”, afirma Flávio Moraes, gerente executivo de vendas da CRV no Brasil, Paraguai e Bolívia.

 

Dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) indicam que das 16,3 milhões de doses de sêmen de gado de corte comercializadas no país em 2020, 14,1 milhões, ou 86%, foram divididas entre ambas, somando praticamente metade para cada raça.

 

Links pesquisados:

www.nutricaoesaudeanimal.com.br

www.canalrural.com.br

www.kuhnbrasil.com.br

www.gov.br/agricultura

www.portaldbo.com.br

www.portaldbo.com.br

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