Agronegócio brasileiro é celeiro para cursos e pesquisas acadêmicas
O agronegócio é um dos setores que mais alavancam a economia brasileira. Por isso, rende tantos estudos e pesquisas para o aperfeiçoamento das técnicas empregadas no campo e em toda cadeia produtiva, além de buscar a especialização do produtor. Que tal conhecer um pouquinho mais sobre esses projetos em andamento pelo Brasil afora?
Com 20% do PIB e metade das exportações brasileiras, o agronegócio é o setor mais internacionalizado da economia brasileira, mas com grandes desafios em áreas como competitividade, sustentabilidade, segurança do alimento e meio ambiente, inserido em um contexto global de incertezas relacionadas à recuperação após a pandemia do Covid19, à credibilidade do multilateralismo, e aos caminhos que a geopolítica mundial vai tomar frente à ameaça cada vez mais concreta das mudanças climáticas.
Segundo um estudo acadêmico apresentado pela Revista Latino-Americana de Inovação e Engenharia de Produção, atualmente, o Brasil é identificado como uma potência no setor do agronegócio, sendo um dos principais exportadores mundiais de frutas frescas, suco de laranja, açúcar, etanol, carnes in natura, derivados de soja e café.
Tal destaque no mercado mundial vem sendo percebido por causa das estruturas diferenciadas que foram encontradas no país, onde, fatores como o bom nível de transformação da matéria-prima e disponibilidade de ambientes produtivos adequados.
Além disso, a adoção de tecnologia de ponta utilizada também reflete no processo produtivo, resultando no aumento da rentabilidade dos negócios. Porém, o agronegócio brasileiro tem como desafio, evoluir de forma competitiva e, principalmente, sustentável, com o objetivo de atender a demanda interna, conquistar e manter espaço no mercado externo, por meio do fornecimento de produtos e de processos com qualidade, com preços atrativos.
Apesar de todo o crescimento que vem ocorrendo ultimamente, o setor ainda possui algumas deficiências e limitações, como captar recursos financeiros para investir em tecnologia e inovação por meio da iniciativa privada ou receber incentivos governamentais em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), para melhoria do desempenho produtivo.
Conheça algumas pesquisas e cursos do ramo
Centro de pesquisas acadêmicas para plasticultura no agro
A Fapesp e a Braskem, uma das maiores produtoras de resinas termoplásticas das Américas, selecionaram um projeto para a constituição de um Centro de Pesquisa de Plasticultura – termo que se refere ao cultivo agrícola auxiliado por plásticos, por exemplo, em telas de sombreamento ou anti-insetos, estufas e filmes para cobertura do solo.
O projeto vem sendo conduzido por pesquisadores ligados ao Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético da Universidade Estadual de Campinas (Nipe-Unicamp). Sabe-se que recursos cada vez mais escassos, como água, fertilizantes e solos férteis, podem ter seu uso potencializado com soluções a partir da plasticultura.
A expectativa é impulsionar avanços científicos que revelam o potencial da plasticultura – o uso do plástico na produção rural – para aumentar a disponibilidade de alimentos que chegam ao mercado, tornando-os acessíveis a um maior número de pessoas.
Os focos de pesquisas serão em segmentos estratégicos do agronegócio brasileiro, como os de silvicultura, cana-de-açúcar, grãos (soja e milho), citros, banana, aquicultura, café, cultivo protegido (hortaliças e frutas) e alimentos orgânicos.
Parte dos estudos será voltada a adaptar soluções plásticas em polietileno, polipropileno e PVC para cobertura de lavouras, preparo protegido de mudas e armazenamento de sementes em sacos plásticos e embalagens para proteger os alimentos no transporte para a cidade.
Agricultura 4.0: a virtualidade chega ao campo
Outra vertente de estudo será o desenvolvimento de novos materiais para o armazenamento e transporte de grãos, como a soja. Principal produto agrícola exportado pelo Brasil, a oleaginosa é armazenada e transportada a granel, em contêineres, o que acarreta perdas de grandes quantidades do grão.
A fim de encontrar uma solução para esse problema, os pesquisadores do novo centro pretendem desenvolver um silo bag – compartimento de armazenamento em formato de bolsa flexível – com propriedades especiais para o armazenamento do grão.
Além de pesquisadores da Unicamp, os projetos terão a participação das universidades de São Paulo (USP), Estadual Paulista (Unesp) e Federal de São Carlos (UFSCar), dos institutos Agronômico (IAC), de Pesca, Florestal, de Citros, de Pesquisa Energéticas e Nucleares (Ipen), da Faculdade de Agronegócios de Holambra (Faagroh), do Instituto Eldorado, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do Centro de Tecnologia e Treinamento (EACEA) de Cunha.
Estudos e formação pelo Centro de Agronegócio Global
Vinculado ao Centro de Gestão e Políticas Públicas do Insper, o centro Insper Agro Global tem como objetivo analisar os grandes vetores de transformação e a dinâmica da inserção do Brasil no agronegócio mundial.
O centro pretende se tornar referência nacional e internacional na análise do agronegócio global, desenvolvendo estudos estratégicos, desenhos de políticas com sólida base teórica e empírica e formação de gestores públicos e lideranças do setor privado.
As contribuições do Insper Agro Global estão centradas em três eixos: ensino (cursos executivos e acadêmicos), pesquisa (livros, estudos estratégicos e policy papers), e extensão e difusão de conhecimento (eventos, debates, palestras e artigos de mídia).
O centro está desenvolvendo parcerias no país e no exterior. Neste âmbito mantém desde 2019 convênio técnico com a Embrapa, em 2020 recebeu apoio do Itaú-BBA para realização do seu ciclo de debates e em 2021/2022 contará com o apoio institucional das empresas Itaú-BBA, Bayer, Cargill, Mosaic, Rumo Logística e Fundação Brava.
Principais áreas de atuação: segurança alimentar, política comercial, inserção internacional do agro, segurança do alimento, valor adicionado e diferenciação, inovação, bioenergia, infraestrutura, comunicação, sustentabilidade e impactos da mudança do clima.
Grupos de pesquisas acadêmicas se espalham pelo País
Física Aplicada à Conservação do Solo – Criado em 2007, o grupo está associado ao Laboratório de Física do Solo e surgiu mediante a demanda de produtores, extensionistas e, principalmente, estudantes de pós-graduação e graduação de diferentes áreas do conhecimento: Agronomia, Biologia, Geografia, Engenharia Civil e Ambiental.
As ações realizadas desde a sua criação resultaram na consolidação do grupo no CNPq. Dispõe de um banco de variáveis físicas de diversos tipos de solo sob diversas situações de uso, de áreas em recuperação e áreas sob processo erosivo intenso, entre outros, e que podem ser usados na modelagem de processos erosivos e físico-hídricos.
São objetivos do grupo: melhorar a eficiência de amostragem, procedimentos laboratoriais, critérios de interpretação, padronização de análises para variáveis físicas do solo e de capacitação de recursos humanos.
Grupo de Estudos Agronômicos em Cafeicultura (Geacaf)
Tem como objetivos estudos em cafeicultura para o Cerrado goiano; estabelecer diferentes formas de manejo fitotécnico por meio de pesquisas geradas na UFG e seus parceiros; estudar técnicas para obtenção de cafés de qualidade superior e especiais em sistemas orgânico e convencional; estabelecer parcerias com os elos produtivos rurais e industriais da cafeicultura estadual e nacional; qualificar discentes de graduação e pós-graduação para atuarem no manejo da cafeicultura local e brasileira; difundir estudos gerados para a comunidade por meio de realização de palestras e seminários na grande Goiânia, Goiás e Brasil.
Grupo de Estudos Agronômicos em Cana-de-açúcar (Geacana)
Tem como finalidade estudos de técnicas que visem equalizar a produção da cultura da cana-de-açúcar, de forma a obter melhores produtividades agrícolas, industriais e derivados desta cultura; desenvolver diversos manejos fitotécnicos nesta cultura, atendendo à demanda de pequenos, médios e grandes produtores; estabelecer parcerias com a cadeia produtiva em diversos segmentos sucroenergéticos; difundir técnicas de produção agrícolas e industriais; promover palestras públicas, visitas técnicas em propriedades rurais e usinas; difundir estudos e pesquisas realizadas pela UFG; qualificar discentes de graduação e pós-graduação, técnicos-administrativos e a sociedade em geral com interesse na cadeia do agronegócio sucroenergético goiano e nacional.
Grupo de Estudos Aplicados em Hortaliças (GEAH)
Tem como objetivo capacitar futuros profissionais para o mercado na área de hortaliças, integrando discentes de graduação e pós-graduação, bem como promovendo experimentos, reuniões, visitas técnicas, cursos e eventos, destinando seu foco, principalmente, a culturas como tomate, milho doce, pimenta, alface, rúcula, alho, abóbora, plantas alimentícias não convencionais (PANCS) e cultivo em hidroponia, além de agregar parcerias com empresas privadas e outros grupos da Escola de Agronomia.
Instituto Brasileiro de Direito do Agronegócio
O Instituto Brasileiro de Direito do Agronegócio (IBDA) nasceu da vocação de estudar o Direito e Economia da atividade agroindustrial, trazendo um novo modelo para o estudo, regulamentação e formulação de políticas públicas das atividades que formam o setor.
O IBDA preza pelo estudo que privilegie a geração de valor aos negócios, a partir de estudos acadêmicos por meio de notas técnicas, com contribuição prática, a fim de contingenciar riscos nas operações e otimizar os resultados econômicos através da aplicação dos adequados instrumentos jurídicos.
O corpo docente, programa acadêmico e apoios institucionais formam os principais pilares para o desenvolvimento dos cursos e treinamentos que o IBDA desenvolve, com conteúdo de grande profundidade, mas ao mesmo tempo prático e aplicável às atividades de todos os operadores do Agronegócio.
Pós-graduação FAAP: Agronegócio 4.0 (EAD)
O objetivo do curso é demonstrar a importância do setor e despertar nos alunos a vontade de atuar, investir ou empreender nesta área, mostrando o significativo potencial de oportunidades de exploração econômica e sustentável do agronegócio no Brasil.
Desenvolver as principais competências profissionais para atuar neste mercado globalizado incluindo visão estratégica do mercado internacional de produtos do agronegócio.
Capacitar a formação de parcerias em nível global, bem como ampliar suas competências sócio comportamentais (soft skills) que fazem a diferença no mercado de trabalho como suporte para resolução de problemas, tomada de decisões e análise de dados.
Atender o crescimento da demanda por commodities agrícolas, decorrente do crescimento populacional.
Aprimorar e desenvolver pesquisas acadêmicas sobre agritechs
Agritech é um ramo de startups que unem tecnologia e agricultura, dentre as possíveis áreas do agronegócio. E a criação de uma linha de estudo, só serve para demonstrar a importância do setor e despertar nos alunos a vontade de atuar, investir ou empreender nesta área, mostrando o significativo potencial de oportunidades de exploração econômica e sustentável do agronegócio no Brasil.
O curso de especialização é oferecido no Mackenzie: Economia e Gestão do Agronegócio
Capacitar profissionais para assumir postos estratégicos e de liderança em empresas, órgãos governamentais e ONGs em diferentes segmentos do agronegócio.
Na modalidade EaD, o conteúdo é disponibilizado através de vídeo aulas, e-books, podcasts e demais materiais complementares de ensino a distância.
MBA Executivo Em Economia e Gestão do Agronegócio – FGV
O curso MBA Executivo em Economia e Gestão: Agronegócio proporciona a você as ferramentas e as habilidades fundamentais para atuar no agronegócio brasileiro, seja nas atividades dentro da porteira, seja nos diversos ramos da agroindústria nacional, seja em toda a gama de serviços associados ao setor.
Nos cursos que você pode adquirir:
Conhecimento sobre como utilizar ferramentas empresariais modernas para gestão do agronegócio;
- Conhecimento sobre como integrar equipes multidisciplinares de alto desempenho;
- Conhecimento sobre como identificar ameaças ao posicionamento mercadológico da empresa;
- Conhecimento sobre como elaborar planos de marketing;
- Conhecimento sobre como estruturar e gerir uma unidade de inteligência de negócios;
- Conhecimento sobre como desenhar modelos de investimentos adequados ao mercado;
- Conhecimento sobre como elaborar documentos de gestão ou para captação de recursos por intermédio de Planos de Negócio.
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