Quem mora no interior, vez por outra, ouve o zumbido de uma aeronave e ao olhar em volta vê, muito próxima do solo, sobrevoando as plantações. Pois bem, é claramente um avião agrícola – que faz parte de aviação agrícola -, contratado para espalhar os defensivos agrícolas sobre aquela região. Embora, não muito frequente, eles se tornam alvo de notícia em todo país, quando ocorre o que aconteceu, há alguns dias no Lago da Confusão, em Tocantins, quando um piloto que fazia seu trabalho, sobre um campo de soja, teve as asas do seu avião, dobradas, em U, levando a pequena aeronave a cair no solo. Felizmente, sem causar uma fatalidade. Desde o início dos tempos, quem planta, lida com os reveses da Natureza, e também com as pragas que costumam destruir, quando atacam algumas plantações.
Por isto, fazendeiros se cercam de cuidados para não se tornar vítima constante das imprevisibilidades do clima e das tragédias causadas por ataques de determinadas pragas, espalhando preventivamente, algum produto para proteger a sua produção. No geral, eles contam com o reforço dos defensivos agrícolas para reduzir e minimizar os estragos. Em alguns casos, permitem inclusive aumentar a produção. Para cada praga, uma solução diferente é aplicada. Claro, para ser eficaz, antes de tudo há de se identificar o inimigo, e saber exatamente contra qual ser será travado a batalha. Ou seja, se contra insetos, fungos, bactérias, e/ou roedores, por exemplo. E então é hora de aplicar os defensivos agrícolas na plantação, e um dos métodos mais eficientes – e mais adotado no campo – é por meio da aviação agrícola, cujo reforço recebido do Governo promete melhorar o combate de pragas.
Defensivos agrícolas salvam a lavoura das pragas
O Brasil iniciou o ano de 2021, com um aumento de 3,16% na aquisição de aviões agrícolas, de acordo com o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag). A aviação agrícola consiste em fazer voos acima de uma plantação, pulverizando algum defensivo agrícola, até mesmo soltando outros insetos, no caso predadores da praga em questão, que esteja a tomar a plantação. De acordo com os dados divulgados pelo Sindag, 1.135 aeronaves são movidas a gasolina de aviação, 744 utilizam etanol como combustível e 473 são movidas por querosene de aviação. No começo de 2021, o estado com a maior frota agrícola era o Mato Grosso; em segundo lugar vem o Rio Grande do Sul e em terceiro, São Paulo.
O aumento na aquisição de aeronaves para aviação agrícola significa uma projeção positiva para o mercado do agronegócio brasileiro, que tem sido bastante movimentado desde 2020. Apesar da pandemia, o Brasil teve um aumento significativo na venda de commodities, especialmente por seu maior cliente: a China.
Principais benefícios da aviação agrícola
Velocidade e eficiência são duas palavras muito ouvidas quando o assunto é aviação agrícola. Tendo custos similares à aplicação de defensivos em terra, a aviação agrícola compensa por ter um rendimento maior por área. Além disso, tem ocorrido um movimento entre os produtores que reconhecem a necessidade de aplicação de mais tecnologia em torno do mercado do agronegócio. O avião agrícola também consegue cobrir a área sem danificar o solo, ao contrário dos tratores.
Justamente por este tipo de aeronave permitir voos rasantes, a aviação agrícola é usada para além de pulverizar produtos de combate às pragas. Outra de suas importantes atuações é espalhar fertilizantes, lançar sementes no solo, povoar rios (com lançamento de alevinos), combater incêndios e hoje também tem sido muito usados para gerar chuvas, com o lançamento de produtos que aglutinam a umidade do ar e criam as nuvens artificiais.
Formação de piloto de aviões agrícolas
O curso para pilotagem de aviões agrícolas exige esforço e dedicação. Os voos são baixos, sendo mais difíceis de serem executados, e a profissão também conta com mais de 50 pousos feitos em um único dia. Os futuros pilotos estudam desde toxicologia até meteorologia.
Há cursos de piloto para aviação agrícola em diversos lugares, como no Aero Agrícola Santos Dumont, que conta com 91 horas-aula com apoio de engenheiros agrônomos, instrutores pilotos agrícolas, oficiais da FAB, entre outros profissionais. Para fazer esse curso é necessário o Certificado Médico Aeronáutico (CMA); A EJ Escola de Aviação também oferece o curso de piloto para aviação agrícola, sendo necessário haver licença de pilotagem
Princípio da Aviação Agrícola
Foi em 1911, a primeira vez que a aviação agrícola foi utilizada no mundo, pelo agente florestal Alfred Zimmermann. No Brasil, a aviação agrícola aparece em 1947, na cidade de Pelotas, para combater uma infestação de gafanhotos. O Brasil fechou o mês de setembro com a venda de 50 aeronaves Ipanema-EMB 203, utilizadas no combate a pragas, segundo a Embraer. A aviação agrícola é a única estratégia de combate a pragas que exige regulamentação específica.
E, justamente por isto, existem regras bem específicas para aplicação destes defensivos. No caso a fim de evitar que os produtos químicos sejam dispersados em locais indesejados, os voos são feitos a cerca de 8 a 10 metros acima do solo, atingindo diretamente a nuvem de insetos, que podem ser encontrados em alturas de até 6 metros.
Acesse o Buscar Rural para ver todos os aviões agrícolas a venda.
Links pesquisados:
www.gov.br
www.blogs.canalrural.com.br
www.cnnbrasil.com.br
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