Devido a tantas alterações na ordem do dia, o homem do campo tem de estar em alerta. Uma hora é o clima, na outra é o cenário político, sem falar nas incertezas cambiais, ou seja, isso tudo são fatores que podem afetar de forma drástica a vida de quem depende do agronegócio. E as mudanças são sempre muito rápidas, o que não ajuda, se não houver um acompanhamento constante para se prevenir com antecedência, e com isto, evitar que estas afetem a produção, cultivo e principalmente, a exportação dos diferentes itens.
Por isto, muitos dos produtores agrícolas não tiraram os olhos das condições climáticas e das cotações do mercado em seus diferentes nichos de atuação. Por exemplo, acompanhar as altas e baixas da soja. Afinal, já foi dada a largada para o plantio da safra 2021/22, no último mês de setembro – após o encerramento do vazio sanitário contra a ferrugem da soja. Mesmo com projeções de alta, são muitos os desafios para realizar o orçamento da próxima safra, com destaque para os fortes reajustes dos preços médios dos fertilizantes nos mercados – internacional e nacional. Com a ajuda de novos aplicativos, incluindo o Buscar Rural, é possível ficar por dentro de todo o mercado de cotações, e existem diversos outros, que podem ser úteis para acompanhar de perto o que mais pode afetar sua atividade.
A soja, por exemplo, já teve os preços afetados devido à nova chance de ocorrência do fenômeno La Niña (esfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico), tanto no Brasil quanto no exterior, eles estão mais altos, nos próximos meses de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022.
O fenômeno já influenciou fortemente o cultivo da soja brasileira, que começou atrasada, na temporada passada, e já existe a probabilidade em 87%, de voltar a ocorrer o problema neste ano, segundo a Administração Atmosférica e Oceânica dos EUA (NO AA) e, caso seja confirmado, os preços devem subir diante desta ocorrência de redução de produtividade.
As cotações do milho estão em alta
A produção de milho na safra 2020/2021 sofreu grande impacto com a ausência de chuvas: a produtividade média das lavouras caiu 21% quando comparada à temporada anterior. Apesar do crescimento de 7% da área de plantio, o volume colhido sofreu forte recuo de 15,5%, ficando em 86 milhões de toneladas, devido à falta de chuvas, tudo é afetado.
Esse cenário pode estar sendo deixado para trás, de acordo com estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na primeira apresentação das perspectivas para a safra 2021/2022, o órgão calcula que o volume produzido será de quase 116 milhões de toneladas de milho, quando somadas as três temporadas de plantio. Com isso, a cotação para a produção total deverá registrar novo recorde.
O resultado será impulsionado pelo incremento de volume especialmente na safrinha, que deve registrar 87,3 milhões de toneladas — 45% superior em comparação à safra anterior. A primeira safra terá incremento de 9% na produção e deverá ficar em 27,2 milhões de toneladas, enquanto a última terá elevação de 5%, fechando em 1,5 milhão de toneladas.
Cotação para arroz é de leve retração
A safra de arroz deve sofrer uma pequena retração nas cotações, até o início da colheita da safra 2021/2022. A concorrência do arroz dos países do Mercosul, a projeção de aumento da produção nacional e tendência de queda dos preços internacionais devem manter os preços nacionais abaixo do patamar atual. A avaliação foi feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A Companhia projetou a produção de arroz em 11,8 milhões de toneladas, incremento de 0,4% em relação à safra 2020/2021. Já a produtividade deve ser reduzida em 0,9%, resultado considerado normal devido a alta produtividade da última safra.
Soja aparece entre as cotações mais favoráveis
O Brasil tem uma boa demanda de soja, farelo e óleo no segundo semestre, e neste ano o quadro estará muito apertado. No primeiro semestre, mais de 60% da safra já havia sido destinada à exportação e, até o final de julho, este volume estava acima dos 72%, restando pouco para atender à demanda interna.
Com menos de 12 milhões de toneladas para serem negociadas (parte deste volume certamente ainda irá para a exportação), as importações ganharam ritmo antes do meio do ano e até o final de julho já estavam em mais de 240 mil toneladas de soja importadas. O volume do ano deve passar de um milhão de toneladas.
Com cotações favorecendo os produtores que também já negociaram grande parte da safra de 2021, que tem mais de 35% dos 130 milhões de toneladas previstas negociadas até o momento. Os portos batem recorde de cotação e fecharam acima de R$ 121,50 a saca nos melhores momentos.
Safra de grãos está com cenário positivo de acordo com as cotações
Os novos preços mínimos para a safra 2021 estão em vigor. Os valores foram publicados na Portaria n° 201 do Diário Oficial da União. A portaria inclui grãos como milho e feijão, fibras como algodão e juta/malva, e ainda produtos como leite, mandioca, borracha in natura e cacau cultivado. Os valores são como referência para as operações ligadas à Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), que visa assegurar uma remuneração mínima aos produtores rurais.
Os preços mínimos são fixados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de acordo com a proposta enviada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os cálculos para a composição dos valores levam em consideração aspectos como os custos de produção ao agricultor e diversos fatores que influem nas cotações dos mercados, como a conjuntura do mercado interno e externo, a oferta e demanda nacional e mundial, a evolução dos preços, além da paridade de importação e exportação, entre outros fatores.
Outras cotações importantes do mercado agrícola
Para o algodão, tanto em pluma como em caroço, o percentual ficou em 6,65%; o arroz longo fino (no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina) teve reajuste de 12,74%, nas demais regiões e no Paraná o percentual de variação foi de 23,32%; feijão de cores, 22,26%; feijão preto, 32,3%; leite, variação de 37,04% no Sul e Sudeste do país, e de 26,42% no Centro-Oeste, Norte e Nordeste; soja, 22,79%; e as correções para o milho variam de 20,15% para os estados que integram o Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) a 26,43% para o Norte (exceto Rondônia e Tocantins), 28,09% (sem considerar Bahia, Maranhão e Piauí) para o Nordeste e de 19,25% para os estados de Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. O reajuste do cereal em Mato Grosso, maior estado produtor do país, e em Rondônia alcançou 23,74%.
Os preços mínimos são básicos para a operacionalização de instrumentos de apoio à comercialização, tais como as Aquisições do Governo Federal (AGF), o Prêmio para Escoamento do Produto (PEP) e os mecanismos de financiamento.
Cotações do boi gordo e carne de frango sofrem queda no mercado interno
O mercado da carne bovina, pós feriado prolongado, voltou em queda para a carne bovina. O recuo de 8,33% em Mato Grosso e 8,65% em São Paulo, segundo dados da consultoria Safras & Mercado, mostra a queda na arroba do boi gordo, e aponta para esta realidade em várias regiões do País.
O cenário não é dos mais promissores, uma vez que a China não demonstra qualquer interesse em voltar a comprar a carne brasileira que, inicialmente, teve as exportações reduzidas devido à volta da doença da “vaca louca”. E, mesmo o problema tendo sido localizado e sanado, as compras do mercado brasileiro continuam restritas.
Na análise do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o recuo nas exportações de carne foi mais intenso do que se esperava, o índice foi de 4,74% em comparação com agosto.
A cotação ficou na média de R$ 286,71 a arroba, na região de Mato Grosso. Em São Paulo, a queda foi de 4,12% e a arroba foi precificada a R$ 303,43 a arroba. Nesses casos, livres de impostos. Com isso, o diferencial de base MT-SP se alargou para -5,51% em setembro, movimento que não era observado desde março deste ano.
Crédito Rural facilita a vida no campo
Na primeira quinzena de outubro já foi constatada uma queda nos pedidos feitos por frigoríficos, em função da menor demanda interna, devido a alta de preços, e com isto, é bem possível que com o estoque em alta, o preço da arroba do boi gordo continue a cair.
O mercado do frango, também apresenta uma leve queda, uma vez que houve uma retração importante no consumo na primeira quinzena de outubro. Por isto, em diferentes situações, as cotações do mercado se mantiveram estáveis ou em queda. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA-Esalq/USP detectou que os preços da carne de frango enfraqueceram, mesmo com a demanda firme, com isto, o consumidor final, não tem absorvido muito bem a elevação, e reduz o consumo.
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 6/kg, enquanto o frango no atacado caiu 0,63%, cotado em R$ 7,85/kg.
No caso do animal vivo, não houve alteração no preço em São Paulo, valendo R$ 6, no Paraná, custando R$ 5,90/kg, em Santa Catarina, fixado em R$ 4,30/kg.
Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (15), a ave congelada sofreu recuo de 0,49%, alcançando R$ 8,08/kg, enquanto a resfriada baixou 0,24%, fechando em R$ 8,29/kg
Aplicativo pode ser útil para acompanhar as cotações no mundo agro
Buscar Rural é o maior aplicativo de compra e venda do agronegócio, que veio para facilitar a vida de quem vive do campo. Nele é possível além de acompanhar todas as cotações, fazer a compra e a venda de produtos e/ou serviços relativos ao agronegócio como um todo. Além disso, você pode acompanhar as notícias do mundo agro, verificar as cotações da agricultura e pecuária nacional e internacional, e ainda anunciar seus produtos.
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