País vai ter de se reinventar para superar exportações, em 2022
O Brasil quer superar os índices de exportações, no próximo ano. Isto, com base no fato, de que mesmo em plena pandemia, conseguiu estar entre os primeiros nesta temporada. Porém, mesmo com a previsão de controle do Covid-19, a chance de que isto se torne realidade, ainda não parece estar no horizonte. Pelo contrário, tudo indica que as importações vão impactar a economia. De acordo com a Associação de Comércio Exterior do Brasil, a AEB, o crescimento das importações vai apresentar uma taxa que representa queda de 4,7% em relação à previsão feita para as exportações em 2021.
A previsão da AEB para a balança comercial do ano que vem apresenta um superávit de US$34,523 bilhões, com queda de 39,7% em relação aos US $57,222 bilhões estimados para 2021. O aumento das importações em contraponto a diminuição de exportações pode gerar um retorno negativo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com o presidente executivo da AEB, José Augusto de Castro, em entrevista à Agência Brasil, acredita que isto se dê, devido ao fato do Brasil ser refém de suas commodities, uma vez que os 15 principais produtos exportados são commodities.
As commodities são produtos padronizados e sem marca, voltadas para o setor de exportação. Podem ser commodities agrícolas, como a soja e o açúcar; commodities minerais, como o petróleo e commodities industriais, representando os petroquímicos. Dentre as commodities brasileiras, mais conhecidas, estão a soja e o petróleo.
Soja: safra terá alta de 2,3% aquecendo exportações
O Brasil registrou recordes de vendas de commodities, no ano de 2020. Apesar da pandemia, produtos como petróleo, açúcar e café, que registrou uma máxima histórica, foram os mais comprados pelo maior comprador do agronegócio brasileiro, a China. Entre os produtos mais exportados pelo Brasil, no ano seguinte, em 2021, estão a soja, carne bovina, carne de frango, farelo de soja, petróleo e seus derivados, minério de ferro e seus concentrados, entre outros.
Caso se mantenha como nos últimos dias, quando foi registrado um superávit pela balança comercial brasileira de US$ 652 milhões, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, que mediu o período de 6 a 12 de dezembro, último, quando as exportações ficaram em US$ 5,509 bilhões e as importações de US$ 4,857 bilhões, pode se esperar uma reviravolta para o ano que vem.
Uma vez que a balança comercial está com um saldo positivo de US$ 1,774 bilhão até o último dia 12 de dezembro. Batendo as exportações na casa de US$ 9,598 bilhões e de importações na casa dos US$ 7,823 bilhões.
Agronegócio exigirá ajustes à nova visão
O estudo “Brasil – projeções do agronegócio 2011/2012 a 2021/2022”, realizado pela Sociedade Brasileira de Economia, Administração, cujo trabalho inédito, teve por objetivo fazer uma previsão do cenário no setor do agronegócio como um todo, na última década, com base em dados de diversas instituições como a Embrapa, a Fipe e todas as demais que de alguma forma se relacionam com o assunto, apontam para o fato de que as projeções realizadas em 2011, tinham como cenário principal preços agrícolas em forte elevação e acentuada volatilidade. Apesar de que os preços se mantenham atualmente acima dos seus níveis históricos e permaneça o grau de volatilidade, dois outros aspectos fazem parte do ambiente em 2012. Em prazos diferentes, ambos devem atuar sobre os resultados das projeções.
O primeiro aspecto que preocupa as economias de todo o mundo, então era a recente crise de economias europeias que absorvia integralmente a atenção dos países da comunidade europeia, eram eles: Itália, Grécia, Espanha e Portugal “e uma solução conjunta não está sendo fácil”, descreve o documento. Sem dúvida, o baixo crescimento dos países mais afetados deve afetar as exportações de produtos brasileiros especialmente para outros países. Algo que se repete hoje, em maior escala devido a pandemia.
Plano para a organização de uma nova visão para a agricultura
Outra parte do cenário atual e que deve afetar a agricultura a médio e longo prazos refere-se ao plano para a organização de uma nova visão para a Agricultura. Os principais pontos da proposta baseiam-se em Segurança Alimentar, Sustentabilidade Ambiental e Crescimento Econômico. O conjunto dessa base de sustentação proposta deve ter a longo prazo efeitos significativos no crescimento da agricultura dos países.
Contudo, se for avaliar caso a caso, a previsão se mantém em queda. Por exemplo, no âmbito dos minérios, para 2022, há uma previsão de diminuição no faturamento ocasionado pela queda de importação de minério de ferro que deve contribuir para uma receita negativa, na faixa de US $262,38 bilhões de dólares, no total das exportações do Brasil.
A soja ficará mais cara do que o minério de ferro, representando US$500 por tonelada, enquanto o minério será vendido por US$85 por tonelada. Já a produção de carne suína terá um aumento de 1,7%. Com relação às 3,816 milhões de toneladas previstas para serem disponibilizadas no país neste ano, para o próximo ano é esperada alta de 3,3%.
Safra recorde para exportações 2022
Por outro lado, o país deve produzir uma safra como nunca antes. De acordo com os dados da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) a expectativa é de uma produção de 289 milhões de toneladas, 14% a mais que na safra 2021/22.
Porém, ao ter aumento de produtividade, não significa que conseguiram exportar toda a produção. Sem falar que está previsto o mais alto custo da história, para que os agricultores consigam produzir, o que afeta seus lucros diretamente.
Tudo isto, está relacionado ao fato de que houve aumento significativo em tudo que envolve a produção rural. E não foram reajustes insignificantes, não, foram de até 100%, nos custos com fertilizantes e defensivos para culturas como soja e milho, e a tendência é de que este quadro se mantenha em 2022.
Em recente publicação a CNN Brasil apontou que o Brasil movimentou U$$ 110,7 bilhões em exportações, entre janeiro e novembro deste ano, superando o recorde anterior registrado em todo o ano de 2018, quando os valores chegaram a U$$ 101,2 bilhões. Na comparação com 2020, o crescimento foi de 18,4%. Sendo que dentre os produtos exportados, os principais foram a soja em grãos, a carne bovina in natura, o açúcar de cana em estado bruto, o farelo da soja e a carne de frango in natura. Com destino aos países da China, União Europeia, Estados Unidos, Tailândia e Japão.
Links Pesquisados:
www.mercadosagricolas.com.br
www.politize.com.br
www.agenciabrasil.ebc.com.br
www.portaldaindustria.com.br
www.g1.globo.com
www.noticias.r7.com