Realizar testes controlados, avaliar a eficácia dos produtos usados, e manter um rígido controle de desinfecção dos tetos antes da ordenha, é garantia da boa qualidade do leite e da sua comercialização
A exemplo de outros mamíferos, os bezerros tendem a consumir o leite de suas mães, até que estejam aptos a se alimentar com a ração. Como se sabe o leite de vaca tem elevado valor nutritivo, é rico em proteínas, vitaminas, gorduras, sais minerais e compostos de alta digestibilidade. Portanto, tende a ser o alimento mais completo a fornecer proteção imunológica para os seus filhotes. Algo que vale, não apenas para os bezerros, mas para qualquer mamífero que pode e deve consumir apenas o leite materno, nos primeiros dias de vida. E o ideal é que continue a tomar o máximo possível, a fim de prolongar esse contato com anticorpos e assegurar a absorção de cálcio.
Vacinação do gado garante lucratividade e saúde do rebanho
E quando este bezerro não consegue ele mesmo sugar, há sempre a possibilidade de se ordenhar o leite de sua mãe, para que possa ser alimentado devidamente. Aliás, a ordenha é o tema deste artigo. Mas, antes de falar sobre ela, é preciso falar sobre a saúde das mamães-vacas e seus bezerros-filhotes.
Veterinários especializados neste tipo de animal, ressaltam a necessidade de se realizar testes e manter todo o cuidado no combate de doenças, logo nos primeiros dias de vida dos filhos. Como mencionado no nosso último texto sobre mortalidade de mães e filhotes. São necessários exames para detectar se as vacas leiteiras tem determinadas infecções, cujos resultados seriam aborto ou, até mesmo a mortalidade prematura do pequeno filhote. Portanto, tão logo o filhote nasça, cuidados devem ser adotados, a fim de garantir a primeira mamada e a cura do umbigo. Todos esses fatores podem contribuir para o desenvolvimento de uma boa ordenha.
Tipos de ordenha
O processo de ordenha é o momento da extração do leite de outros animais, por exemplo, a vaca. Há dois tipos de ordenha: manual e mecanizada. A ordenha manual deve ser feita com alguns cuidados. De acordo com a Embrapa Rondônia, é essencial o processo de desinfecção do teto, bico do peito da vaca, por onde sai o leite, também conhecido como teta, região a ser feita a ordenha ou se conectar o ordenhador. Processo esse, que tanto pode ser manual, quanto mecânico, hoje em dia.
Ordenha manual
De início é preciso preparar os latões e baldes e deixá-los, devidamente, esterilizados, obter um banquinho, pegar a caneca para teste de mastite e os produtos desinfetantes para o teto. Em seguida é só conduzir as vacas a um ambiente tranquilo. Nesse processo é preciso evitar bater ou gritar com o animal. Essas atitudes podem levar a um aumento do nível de adrenalina no sangue da vaca, e fazer os níveis de ocitocina diminuir e, por conseguinte, o resultado da ordenha, também.
Realize a ordenha em baldes devidamente sanitizados e em seguida, assim que terminada, transfira para um balde de refrigeração. Lembre-se de fazer a desinfecção dos tetos após a ordenha!
Teste para detecção de mastite clínica: a mastite é uma inflamação causada por fungos e microorganismos, que gera lesões às chamadas tetas das vacas. Ela pode ser contagiosa, passando para o ser humano por meio do leite.
Comece com um rebanho pequeno para investir em leite
Ao amarrar as pernas junto da cauda da vaca no canzil, é preciso expelir três jatos de leite em uma caneca de fundo preto. Esse processo é importante no diagnóstico da condição, porque assim identificamos traços de pus, grumos, alterações na consistência e na cor do leite.
Deixar o bezerro mamar: É importante deixar o bezerro mamar na mãe, pois isso eleva os níveis de ocitocina, o hormônio do amor, o qual também se reflete na produção do leite.
Faça a desinfecção dos tetos, antes e depois da ordenha: Importante secá-los com um papel toalha descartável embebido, em desinfetante específico e deixar agir por 30 segundos. É importante não utilizar o mesmo papel toalha em vacas diferentes.
Pós ordenha: É indicado deixar a vaca em pé por pelo menos duas horas para evitar o desenvolvimento de mastite.
Ordenha mecanizada
Mas e o processo de ordenha mecânica? Quais são as diferenças entre ele e o processo manual? Vejamos a seguir:
O processo de ordenha mecanizada tem como objetivo reduzir custos durante o processo. Os riscos de contaminação de microorganismos ou desenvolvimento de mastite devido ao estímulo manual do ordenhador, no processo de ordenha mecanizada, caem. Outro benefício da ordenha mecanizada é a maior extração em volume, o que eleva a produção.
A ordenha mecânica pode ocorrer de duas formas: “balde ao pé”, onde o leite é transportado do próprio balde para os latões; é possível realizar a ordenha da vaca de forma individual, sendo extraído diretamente para um balde ou latão, para depois ser transferido para o tanque de refrigeração.
Ordenha em Circuito fechado: Há também um outro sistema de ordenha, é o de circuito fechado ou de leite canalizado, em que o leite é extraído e conduzido por tubos até o tanque resfriador. Neste processo, o leite é menos manipulado e pode-se extrair leite de até 28 vacas por hora.
Para auxiliar os produtores de leite de todo o Brasil, a Nutrimais apresenta o Projeto Mais Leite. O Projeto Mais Leite é uma campanha da Nutrimais, produtora do suplemento mineral probiótico +Leite, para conscientizar você, produtor, a respeito de informações sobre produção leiteira. Acompanhe no Instagram para saber mais sobre cuidados com os bezerros, cuidado com as matrizes e em especial, e dicas para se obter um leite de qualidade!
Mercado leiteiro, no Brasil
Com atualizações frequentes da cotação do leite, o produtor deve estar atento para suas flutuações nos últimos dias, algo que pode ser acompanhado no aplicativo do Buscar Rural. Ali, é possível entender os maiores custos de produção, nas respectivas regiões do País, – e, consequentemente, entender as margens apertadas e menor ritmo de investimentos na atividade leiteira neste ano. Isso porque, o aumento da produção de leite neste início de safra tem ocorrido de forma mais lenta do que em anos anteriores. Não obstante, as importações de lácteos ter aumentado 15,4% de setembro para outubro.
De acordo com o Boletim do Leite, divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), unidade da Universidade de São Paulo (USP), houve alta consecutiva no preço do leito, nos últimos seis meses. A boa notícia é: em novembro, o preço recuou 6,83%. E a razão disto oficialmente, ainda não se sabe, mas tudo leva a crer, seja o aumento das chuvas, que permite uma oferta maior de pastagens.
Porém, mesmo assim, o preço do leite captado em setembro e pago aos produtores em outubro registrou queda real de 3,4%, chegando a R$ 2,3305, por litro, na “Média Brasil” líquida do Cepea. Em comparação com o valor registrado no ano de 2020, este valor chega a ser 2,5% menor, em termos reais (dados deflacionados pelo IPCA de outubro de 2021).
A expectativa de agentes do setor é que este movimento de desvalorização persista e se intensifique nos próximos meses. Pesquisas ainda em andamento do Cepea apontam para a possibilidade de a “Média Brasil” recuar mais 5% em novembro.
Desvalorização do leite
A desvalorização do leite no campo tem seguido a tendência sazonal dos preços. Como grande parte dos sistemas produtivos de leite no Brasil depende de pastagens para a alimentação animal, o retorno das chuvas durante a primavera melhora a disponibilidade de forragem e, com isso, tem sido real a expectativa de maior oferta desde o início da primavera, em setembro.
A pesquisa do Cepea mostra de agosto para setembro, o avanço do Índice de Captação Leiteira (ICAP-L), em 2,2% na “Média Brasil”, favorecido pelo clima e também pela melhor relação de troca do leite frente ao milho. Ainda assim, os custos de produção seguem elevados, impulsionados pelas altas de adubos e corretivos, combustíveis e suplementos minerais.
Contudo, esse incremento na oferta tem ocorrido em um momento de forte diminuição do consumo por lácteos – o que tem elevado estoques e pressionado as cotações dos derivados. Desde meados de agosto, observa-se queda contínua nos preços dos principais lácteos consumidos no País.
Criação de cabras e derivados desse leite ganham mercado
Em outubro, agentes de mercado consultados pelo Cepea relataram dificuldades em manter o ritmo das negociações. Assim, para assegurar liquidez de vendas, estes agentes têm recorrido a promoções, disputando, via preço, consumidores. Com a demanda por lácteos fragilizada, o preço médio do leite spot em Minas Gerais caiu 8,6% da primeira para a segunda quinzena de outubro, chegando a R$ 2,14, por litro.
E esse movimento de desvalorização continuou em novembro, e a média chegou a R$ 1,96, por litro, na segunda quinzena deste mês. Assim, de setembro para novembro, houve queda acumulada real de 24,9% no valor médio do spot em Minas Gerais (dados deflacionados pelo IPCA de outubro/21). Por ser mais dinâmico, o mercado do leite spot é o primeiro a registrar o impacto dos choques de oferta e demanda por lácteos – sinalizando tendências para as cotações ao produtor no mês subsequente.
Links Pesquisados:
Projeto Mais Leite (Nutrimais)